PUBLICADO EM 08 de jun de 2022
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Em passeata, metalúrgicos da MWL protestam contra risco de calote e fechamento

Foto: Cristiane Cunha

A quarta-feira (8) começou com nova mobilização dos metalúrgicos da MWL, em Caçapava. Cerca de 80 trabalhadores percorreram o Centro da cidade em defesa dos empregos e contra o risco de calote e fechamento da fábrica. A passeata durou cerca de duas horas.

Durante o protesto, os operários evidenciaram a dramática situação pela qual passam há meses. Com salários atrasados, sem convênio médico e com inúmeros direitos desrespeitados pela fábrica, eles reivindicam solidariedade e apoio do poder público e da sociedade a essa luta.

A passeata saiu da subsede do Sindicato e terminou na Praça da Bandeira. Além dos trabalhadores e dos dirigentes sindicais, participaram do ato vereadores e representantes da Prefeitura.

Os metalúrgicos votaram, ao final do protesto, a continuidade da mobilização em defesa dos empregos e dos direitos na fábrica. Eles também discutiram a possibilidade de assumir o funcionamento da empresa, em forma de cooperativa.

No ato, o secretário municipal da Indústria, Comércio e Agricultura Rubens Pestili Almeida assumiu, em nome da Prefeitura, o compromisso de intermediar a negociação junto ao Governo do Estado e à direção da empresa.

A MWL (antiga Mafersa) é uma fábrica do setor ferroviário estratégica para a região e com grande importância para a economia de Caçapava.

“Os trabalhadores não aguentam mais tanto desrespeito por parte da direção da MWL, que é de capital chinês. Exigimos que as negociações com o Sindicato sejam retomadas e que a empresa cumpra suas obrigações trabalhistas com esses metalúrgicos. Muitos trabalham na fábrica há décadas. Por isso, também convocamos a população de Caçapava e de toda a região a se somar a essa luta”, disse o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.

Demissões ilegais
A greve na MWL começou no dia 6 de maio, após a empresa atrasar os salários de abril. Na última segunda-feira (6), além de não depositar os pagamentos de maio, a empresa demitiu ao menos 60 operários por telegrama, acusando-os de “abandono de emprego”.

As demissões em plena greve são ilegais, e o Sindicato irá acionar a Justiça para reverter os desligamentos.

Desde a semana passada, o prédio da MWL está sem energia elétrica e sem internet, o que parou completamente as atividades da fábrica, incluindo as administrativas.

Segundo a MWL, a unidade de Caçapava tem 240 funcionários. A fábrica produz rodas e eixos para trens.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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