Em total desacordo com os direitos dos trabalhadores, a MWL propôs um pacote de medidas abusivas que inclui redução de jornada com redução de salário na fábrica, em Caçapava. A resposta dos metalúrgicos foi imediata, com a rejeição em assembleia, nesta quarta-feira (20).
Além da redução salarial, a proposta da empresa prevê outros abusos, como banco de horas, congelamento salarial durante o processo de recuperação judicial e até mesmo a suspensão das decisões judiciais referentes a processos movidos pelo Sindicato contra a empresa.
Uma reunião entre a entidade e a MWL aconteceu nesta quarta-feira, mas terminou sem acordo. Uma nova negociação ficou marcada para amanhã.
O Sindicato defende que a direção da fábrica cumpra as decisões tomadas pelo Tribunal Regional do Trabalho (TRT) e mantenha todos os direitos dos trabalhadores.
“A proposta apresentada pela empresa não passa de um pacote de maldades que deve ser repudiado com toda força. Enquanto a MWL não reintegrar os trabalhadores e pagar os salários, a greve continua”, afirma o secretário-geral do Sindicato, Renato Almeida.
Decisão judicial
Os desembargadores do TRT determinaram, no dia 13, que a empresa pague os salários atrasados e cumpra a liminar que reintegra os 60 trabalhadores demitidos irregularmente. A fábrica foi multada em R$ 200 mil por conduta antissindical. O TRT considerou legítima a greve iniciada no dia 6 de maio.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) deu prazo até sexta-feira (22) para que a MWL comprove a reintegração.
Reunião com a Prefeitura
O Sindicato reuniu-se, na terça-feira (19), com o secretário de Indústria, Comércio e Agricultura de Caçapava, Rubens Pestili, para reivindicar benefícios aos trabalhadores da MWL.
Com os salários atrasados, eles estão com dificuldades de pagar contas básicas e manter o sustento da família. A pedido do Sindicato, a Prefeitura aceitou fornecer cestas básicas.
O Sindicato também reivindicou isenção do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) e congelamento das contas de energia e água. O secretário Rubens Pestili se comprometeu a propor uma discussão na Prefeitura e Câmara para redução dos valores, mas antecipou que a isenção não poderá ser concedida, em razão da lei orçamentária já aprovada.
Pestili também afirmou que pedirá ao governo do Estado que busque uma reunião com o consulado da China para discutir sobre a situação dos trabalhadores da MWL, empresa de capital chinês.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos