PUBLICADO EM 07 de out de 2020
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Em assembleia geral, metalúrgicos de São José dos Campos aprovam reajuste salarial e direitos

A Assembleia Geral da Campanha Salarial aprovou, neste sábado (3), seis convenções coletivas com reposição da inflação e renovação das cláusulas sociais por um ano. Os acordos abrangem um total de 2.172 trabalhadores, de 104 fábricas.

Participaram da assembleia trabalhadores de 16 fábricas. A reunião aconteceu na subsede da zona sul, no bairro Chácaras Reunidas, obedecendo a todos os protocolos de prevenção ao coronavírus.

Depois de muitas negociações e mobilizações, os metalúrgicos conseguiram arrancar avanços nas propostas patronais. Este ano, a defesa dos direitos foi prioridade. Apoiados na desculpa da pandemia, os patrões começaram a campanha tentando convencer os trabalhadores a aceitarem perda de direitos. Dois meses depois, nenhuma cláusula social foi perdida.

Na assembleia, foram aprovadas as propostas que garantem reposição da inflação (2,94%) e renovação das convenções coletivas na íntegra, com todos os direitos assegurados. Assinam esses acordos os seguintes grupos patronais:

– Simefre (materiais ferroviários) – principal fábrica: MWL
– Siamfesp (artefatos de metais não ferrosos) – principal fábrica: Duratex
– Sinafer (artefatos de ferros e ferramentas) – principal fábrica: AS Tools
– Sifesp (fundição) – principal fábrica: Winoa
– Sicetel (trefilação e laminação) – principais fábricas: Gerdau e Armco
– Siescomet (esquadrias e construções metálicas) – principal fábrica: Açoport

Acordos por fábricas

Além dos grupos patronais, a categoria já assinou 16 acordos diretamente com algumas fábricas. Em 13, houve aumento real de salário e renovação de direitos, entre elas: Ericsson, TI Automotive, Panasonic, Hitachi e Prolind.

Aviso de greve

Mas a luta ainda não terminou. Para os grupos patronais que querem reduzir direitos ou aplicar menos do que a inflação aos salários, a assembleia rejeitou as propostas e aprovou que sejam protocolados avisos de greve nas empresas.

“A alta nos preços que vem se apresentando deve permanecer nos próximos meses. Além disso, muitos trabalhadores já tiveram os salários reduzidos durante a pandemia. Agora é hora de corrigir este cenário e exigir aumento e renovação de todos os direitos”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Os setores que apresentaram esses ataques são:

– Sindratar – apenas 2% de reajuste
– Sindicel – sem proposta de reajuste e quer acabar com cláusula de estabilidade ao acidentado
– Sinaees e Sindimaq (eletroeletrônicos, máquinas e equipamentos) – não apresentaram propostas de reajuste e rejeitam renovação de direitos
– Fiesp (aeronáutico) – 2,94% de reajuste e alteração na cláusula que garante estabilidade aos lesionados. Principais fábricas: Embraer, Latecoere, Aernnova, Alestis e Sonaca.
– Sindipeças (autopeças) – 2,94% de reajuste e alteração na cláusula que garante estabilidade ao acidentado
– Assecre: 0% de reajuste. Grupo representa 40 empresas, principalmente da zona sul.
– Siniem (estamparia) – 2,94% apenas a partir de março, renovação das cláusulas sociais por um ano. Principais fábricas: Ball, Ardagh, M.S.A.

Outros temas

Durante a assembleia, o presidente do Sindicato falou sobre as lutas em curso na categoria, como na JC Hitachi, que, esta semana, foi fortalecida com a decisão da Justiça que reverteu as cerca de 40 demissões feitas pela fábrica.

Uma comissão de trabalhadores demitidos da Embraer, em mobilização contra as 2.500 demissões feitas pela fabricante de aviões, também compareceu à assembleia.

Foi aprovada ainda solidariedade à luta na MWL, em Caçapava, empresa está sendo ameaçada de despejo e cujos trabalhadores lutam para manter seus empregos e direitos.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região

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