PUBLICADO EM 16 de mar de 2022
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Disparada nos preços de commodities é consequência das sanções à Rússia, diz professor da USP

Foto: ROBERTO PARIZOTTI

A recuperação econômica mundial pós-pandemia havia apenas começado quando o conflito entre Rússia e Ucrânia provocou a disparada do preço de diversos produtos, especialmente do petróleo, aço e grãos.  Segundo informou o Jornal da USP nesta terça (15), especialistas se dividem quanto à possibilidade de uma recessão global, mas o impacto das sanções econômicas à Rússia já é visível na alta nos valores de alimentos e commodities no mercado internacional.

Para Simão Silber, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP e pesquisador da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe) “O impacto na Europa será pior do que nos Estados Unidos, país que é relativamente independente na produção energética e de grãos”.  Em entrevista ao Jornal da USP  o professor disse, entretanto, que a curto prazo “o que se espera para 2022 é uma diminuição do crescimento [da economia], não uma recessão”.

No cenário nacional, as consequências das sanções impostas à Rússia já são perceptíveis no aumento dos valores dos combustíveis: na última sexta-feira (11), a Petrobras anunciou um reajuste de 18,8% no preço médio da gasolina e de 24,9% no do diesel, com base nas oscilações do valor do petróleo no mercado global.

A agroindústria também sofrerá com o impacto do aumento do preço dos fertilizantes, produto antes importado da Rússia. Como consequência, “o nível de pobreza vai aumentar muito no Brasil, porque as pessoas não terão dinheiro para se alimentar”, disse o pesquisador. “O Brasil teria um crescimento muito modesto [na economia] este ano, mas agora a probabilidade de enfrentarmos uma recessão em 2022 não é inexistente”, finaliza.

Putin vê sanções como prejudiciais ao Ocidente

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, descreveu, nesta quarta-feira (16) as sanções como prejudiciais ao Ocidente.  Em uma reunião do Conselho de Segurança Nacional, Putin ressaltou que as sanções impostas à Rússia por causa da guerra prejudicarão mais os países ocidentais, que terão que enfrentar preços mais altos da energia e afirmou que as restrições teriam sido impostas independentemente do ataque à Ucrânia. “Estão tentando novamente nos transformar em uma nação fraca e dependente. Violar nossa integridade territorial. Dividir a Rússia em partes, na melhor das hipóteses”, disse ele.

Com informações de Jornal da USP e Valor Econômico

 

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