PUBLICADO EM 17 de abr de 2024
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Com 70% de defasagem salarial, professores de Carpina (PE) fazem protesto por reajuste

Professores de Carpina cobram reajuste salarial e melhores condições de trabalho. Entenda a luta da categoria por direitos

Com 70% de defasagem salarial, professores de Carpina (PE) fazem protesto por reajusteO Sindicato dos Professores Municipais de Carpina e Região (Sindprofm) realizou uma passeata pelo centro da cidade pernambucana. Os professores de Carpina (PE) fazem protesto por reajuste e para cobrar melhores condições de trabalho nas salas de aula.

O ato saiu da sede do Sindicato e teve a sede da Prefeitura como ponto final.

Professores de Carpina (PE) fazem protesto por reajuste

A categoria denuncia que grande parte dos professores acumula quase 70% de perdas inflacionárias e que desde 2017 eles recebem salários abaixo do piso nacional dos professores.

De acordo com a presidente do Sindicato, Mercês Silveira, desde 2018 os professores não têm reajuste salarial.

De acordo com a sindicalista, a entidade acionou a prefeitura judicialmente todos esses anos.

“Os processos ainda não foram concluídos devido aos recursos apresentados pela administração municipal”, acrescenta.

Por isso, nenhum reajuste foi pago, apesar de o Sindprofm ter obtido sentenças faráveis em primeira instância referentes aos reajustes de 2018, 2019 e 2020.

Este ano, o prefeito de Carpina, Manuel Botafogo (PMN) apresentou um PL concedendo apenas o reajuste pela inflação de 2023, sem negociação prévia.

“Ninguém é maluco, nós sabemos que não tem como de uma vez só ter um reajuste de 70% e repor todas as perdas, o que nós pedimos é que o prefeito sente para conversar e negocie para chegarmos num acordo razoável, e não apresente um projeto com o mínimo sem falar com ninguém”, disse Mercês em entrevista ao portal Voz de Pernambuco.

Ela acrescentou que a defasagem salarial e condições precárias de trabalho têm imposto não apenas dificuldades financeiras aos professores, como tem causado doenças físicas e emocionais num grande número de trabalhadores.

Mercês citou um exemplo recente de uma visita que o sindicato fez a uma das escolas municipais.

“A sala de aula não tinha infraestrutura básica para proteger professores e alunos do calor, com apenas uma cobertura metálica que aquece com o sol e deixa o ambiente com temperatura insuportável.”

Segundo as normas trabalhistas, o empregador – neste caso, a Prefeitura – é responsável por garantir um ambiente seguro e com temperatura adequada para o trabalhador exercer suas funções.

De acordo com a presidente do Sindprofm, o sindicato seguirá realizando manifestações até ser recebido pelo prefeito.

O prefeito, por sua vez, fez um vídeo rechaçando a manifestação e insinuou que o protesto teve motivação política por 2024 ser ano eleitoral.

“Tinha placa lá escrito ‘Fora, Botafogo’, mas se dependesse deles eu nunca tinha entrado aqui, porque nunca votaram em mim. Eu fui eleito quatro vezes e não foi por vocês [professores municipais], vocês nunca fizeram parte do meu grupo político. Todo ano que tem eleição vocês preparam alguma coisinha, mas esse grupo aí [na manifestação] não elege nem presidente de associação de bairro”, disse.

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