Foi importante a declaração do B para decifrarmos as entrelinhas do discurso, curto, mas cheio de negociações e significados.

Evidentemente não foi ele quem escreveu e, com certeza, houve muita negociação, palavra por palavra até a redação final.

Leitura política: a direita vai continuar apoiando ele com seus 58 milhões de votos e com a expressiva bancada eleita para o legislativo;

Não obstante, o golpe “faiô”, graças à intervenção cirúrgica do Ministro Alexandre de Moraes (com o apoio da maioria do STF) que tocou em dois pontos fundamentais: a legalidade e o que mais interessa pra essa gente, o bolso.

Foi muito interessante ele ter vinculado a responsabilidade solidária da empresa do caminhoneiro. Só o direito do trabalho trata disso e é tremendamente difícil estabelecer, na vida real, a distinção entre a responsabilidade solidária ou subsidiária.

A multa de R$ 100 mil por hora não destinava-se, obviamente, aos caminhoneiros, senão àqueles que pagaram (e colocaram-nos em risco e exposição) para que fizessem esse ataque ao Estado Democrático de Direito, com o único objetivo de continuar mantendo os seus privilégios junto ao poder (mamando nas tetas do governo); investiram bilhões de reais nessa eleição e esperavam o retorno.

A medida judicial destinou-se aos mandantes, que seguramente pagam uma multa dessa sem fazer cócegas.

Mas o mais importante é que o B foi enquadrado. Seja pelos empresários e interesses econômicos que o sustentam, seja pela falta de suporte à aventura demonstrada pelas Forças Armadas, seja pela decepção da falta do apoio popular e dos governadores que ajudou a eleger. Ficou isolado.

Resta pensarmos nos brasileiros iludidos e enganados que jogaram-se nessa aventura (manipulados por falsas informações), com a falsa impressão de estarem defendendo os melhores valores da família, da pátria e da liberdade.

Uma declaração oficial das FFAA (sentindo sua volta à caserna e às suas funções constitucionais) ajudaria muito a pacificar e levar essas pessoas para os seus lares, pois eles colocaram-se como o fiel da balança sobre a lisura do processo eleitoral.

Primeiro passo para a construção da paz.

Ruth Coelho Monteiro, da Executiva Nacional da Força Sindical