Neste 1º de Maio, Dia Internacional do Trabalho, mais uma vez, como faz há 21 anos, a Força Sindical vai reunir milhões de trabalhadores nos Estados. Em São Paulo, o evento, considerado um dos maiores 1ºs de Maio do mundo, acontece na Praça Campo de Bagatelle, Zona Norte da cidade de São Paulo. No ato, vamos falar, entre outros temas, da crise econômica e da necessidade de fomentar a geração de empregos em nosso país.
O 1º de Maio da Força Sindical tem como lema “Empregos! Empregos! Empregos!”. Além do emprego, vamos unir nossas vozes por juros menores, correção da tabela do imposto de renda, política de valorização dos aposentados, valorização do servidor público, por uma Previdência Social sem privilégios e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
O problema do desemprego é grave. Hoje são mais de 13 milhões de desempregados. Queremos trabalho com salário digno, registro em carteira, garantias sociais e econômicas, igualdade e segurança. Com mais empregos certamente haverá mais produção e consumo. Isto gera crescimento econômico e uma melhor distribuição de renda.
O desemprego é um problema grave, e estes danos não representam apenas a perda dos rendimentos e do poder de compra. O desemprego é, ainda, um forte fator de desagregação familiar, do aumento do alcoolismo e da violência. Com emprego, as pessoas têm condições totais de suprir suas principais necessidades, como colocar comida na mesa, pagar suas contas, transporte, vestuário, escola para seus filhos, serviços de saúde eficientes e lazer de qualidade.
A equação para a criação de um ambiente favorável para o desenvolvimento e para a geração de empregos passa, também, pela queda drástica na taxa básica de juros (Selic). Há tempos somos críticos ferrenhos desta política monetária conservadora do Banco Central (BC). Juros altos inibem o consumo, espantam os investimentos no setor produtivo, derrubam a produção e aceleram o desemprego.
É por isto que o BC precisa diminuir drasticamente a taxa Selic. A cada reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) fazemos manifestações por todo o País visando sensibilizar a sociedade e pressionar o governo quanto à importância de diminuir a taxa. Sem falar dos juros dos empréstimos bancários. Os insensíveis tecnocratas do BC não podem continuar se curvando ante os especuladores.
Os spreads bancários – diferença entre o que banco paga ao aplicador e quanto cobra para emprestar – são aberrações que retiram dinheiro de circulação e cobram muito. É preciso um esforço nacional de esclarecimento, pressão popular e união para diminuir o spread bancário, que mantém os juros estratosféricos e, podemos dizer, pornográficos.
Temos assistido ao lamentável desmonte dos direitos dos trabalhadores através de reformas votadas no Congresso Nacional. Este desmonte se dá principalmente pelo fato de reduzir o poder de negociação ao enfraquecer os sindicatos, diminuindo os financiamentos. Queremos uma nova forma de financiamento que fortaleça a luta e a todos os interessados no acordo coletivo que financia a atividade sindical.
O enfraquecimento das entidades sindicais objetiva precarizar ainda mais as garantias legais que o trabalhador hoje possui, e que foram conquistadas com muita luta por décadas.
É disto, portanto, que vamos falar neste 1º de Maio para todo o Brasil: da importância de fortalecer a democracia, do Estado de democrático de Direito, da necessidade de termos um crescimento econômico sustentável, moradia digna, transporte público de qualidade, saúde e educação dignos e emprego e renda para todos.
Paulo Pereira da Silva (Paulinho da Força), 62 anos, é presidente da Força Sindical e do Solidariedade, e deputado federal