A crise sanitária global causada pela pandemia de COVID-19 representa um desafio para o sistema internacional e o multilateralismo. Afinal, todas as formas de resposta e defesa implementadas ou em desenvolvimento, se caracterizam por intensa cooperação internacional. Não apenas entre Estados nacionais, mas também entre autoridades locais, universidades, associações cientificas e até mesmo empresas multinacionais e organizações sindicais internacionais. Toda troca de informação, experiencia e conhecimento para o enfrentamento do vírus e de seus impactos socioeconômicos, contribui para sua mitigação. A mobilização é gigantesca e fez emergir pela primeira vez aos olhos do grande público, a importância de uma organização internacional especializada, como a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Sediada em Genebra e com presença em mais de 150 países, a OMS congrega mais de 7.000 profissionais comprometidos com seu principal objetivo que é alcançar os níveis mais elevados de saúde em todo o mundo. Entre os preâmbulos e princípios de sua Carta Constitucional vigente desde 7 de abril de 1948, se encontra: “A saúde de todos os povos é fundamental para o alcance da paz e da segurança e depende da maior cooperação de indivíduos e Estados”. Como estamos fazendo.
Nem todos, porém. Ao anunciar a suspensão da contribuição financeira dos Estados Unidos à OMS, em meio à crise, o presidente Donald Trump expressa o mais profundo egoísmo e seu desprezo pelo multilateralismo, colocando seus interesses políticos caseiros acima dos interesses humanitários difusos: “América first” e o resto que se dane! Como agência especializada das Nações Unidas, a OMS é mantida pela contribuição financeira dos seus Estados-membro, variável como fração do PIB de cada país, seguindo o princípio “quem pode mais, paga mais”. E, também por doações normalmente dirigidas a programas específicos.
“O desenvolvimento desigual em diferentes países na promoção da saúde e no controle de doenças, especialmente doenças comunicáveis, é um perigo comum”, estabelece outro princípio da Carta Constitucional da OMS, elaborada a partir de 1946 nos momentos finais da Segunda Guerra Mundial (1939-1945). É necessário recordar às gerações presentes o duro e amargo aprendizado da geração da “era dos extremos” – como bem denominava o historiador Eric Hobsbawm -, o período do século passado marcado por ações unilaterais que resultaram em guerras e milhões de mortos.
Os sindicatos, como atores cada vez mais ativos no sistema internacional, devem defender a OMS e o multilateralismo, da mesma forma que defendem o Estado e a participação democrática no âmbito nacional. O contrário disso é a lei do mais forte, do unilateralismo bélico.
Nilton Freitas, especialista em Relações Internacionais, representante Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) na América Latina e Caribe.
Josemar Bernardes André.
Muito boa matéria, importante para a reflexão dos ditos humanos, pois ainda assim a alguns ,que em nome da economia, consideram baixa a nocividade desta doença, talvez por ter aquele velho pensamento egoísta que diz, comigo não acontece; Parabéns Nilton.
Josemar Bernardes André.
Muito boa matéria, importante para a reflexão dos ditos humanos, pois ainda assim a alguns egoístas que em nome da dita economia, consideram baixa a nocividade desta doença, talvez por ter aquele velho pensamento egoísta que diz, comigo não acontece; Parabéns Nilton.
Jose Lopez posada
Muy oportuna la apreciación de nuestro representante legal para América latina y el caribe, nuestro sector representa más de el 30% de el empleo en nuestros países y y dinamiza las economías rápidamente en los mismos, se deben tomar decisiones medidas de colectivas, gracias por su preocupacion