PUBLICADO EM 23 de jun de 2021
COMPARTILHAR COM:

500 mil dores

Sábado, o Brasil chegou à trágica marca de 500.686 pessoas mortas pela Covid-19. Mais de meio milhão de brasileiros, de todas as faixas etárias, de diversas classes sociais, mas principalmente os mais pobres.

Sábado, o Brasil chegou à trágica marca de 500.686 pessoas mortas pela Covid-19. Mais de meio milhão de brasileiros, de todas as faixas etárias, de diversas classes sociais, mas principalmente os mais pobres.

Não tinha como ser diferente? Tinha. Bastava que o governo federal entendesse a gravidade da doença, estimulasse medidas preventivas, fizesse campanhas educativas pela grande imprensa e, especialmente, comprasse vacinas.

Bastava que Bolsonaro não politizasse o problema sanitário, não investisse contra as orientações da Organização Mundial de Saúde, não atacasse políticos desafetos, não agredisse nações amigas e seguisse as recomendações da ciência, como uso de máscara e distanciamento social.

É verdade que muita gente abusou e ainda abusa do vírus, facilitando as contaminações. Mas pense bem: o responsável pelo resultado de uma guerra não é o soldado raso ou o sargento. Responsável sempre é o comandante da tropa.

Não adianta o presidente da República fazer ironias, xingar jornalistas e agredir emissoras de televisão. A população já percebe os erros, omissões e os abusos e a história, mais dias, menos dias, vai apontar claramente as responsabilidades. Bolsonaro sabe que o tribunal da história será implacável.

Todos nós já perdemos parentes e outros entes queridos. Sabemos o quanto dói cada perda. Conhecemos o quanto nos desgasta a agonia do paciente até o desfecho final. Quando a doença é grave e inevitável, a gente se conforma, pois assim é a vida. Mas se uma doença pode ser evitada, e não é, somos tomados também pelo sentimento de revolta.

Vacina – O que fazer? Primeiro, cuidar da própria saúde, com as cautelas possíveis. Segundo, exigir vacina, já, para todos. Usar máscara ajuda, e muito. Mas a sorte da saúde pública depende da vacinação em massa.

Também lamento que o governo não tenha investido maciçamente na proteção dos mais pobres e na preservação das pequenas empresas, que são as grandes geradoras de emprego.

O sindicalismo, desde 5 de janeiro, defende e massifica a pauta unitária por Vacina, Isolamento Social, Auxílio Emergencial de R$ 600,00 e medidas de proteção ao emprego.

Chamamos o empresariado a se somar conosco nessa pauta capaz de reorganizar o País. Até agora, não obtivemos resposta. Esperamos que o choque das 500 mil mortes desperte corações e mentes do setor produtivo. O que não vem por amor virá pela dor. Como sempre.

José Pereira dos Santos – Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região
E-mail: pereira@metalurgico.org.br
Facebook: www.facebook.com/PereiraMetalurgico
Blog: www.pereirametalurgico.blogspot.com

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS