Por Fernando Rosa

Em 17 de outubro de 1933, nascia em São Paulo Fulgêncio Santiago, que adotou o nome artístico de Baby Santiago, um dos mais criativos compositores da primeira fase do rock brasileiro. Espécie de “Chuck Berry brasileiro” pelas suas composições bem-humoradas e sintonizadas ao cotidiano da juventude brasileira, ele deixou poucas, mas fundamentais canções.

Entre elas estão A Bruxa e Rock do Saci com Demétrius, Adivinhão (em parceira com Tony Chaves) com George Freedman, e Bata Baby, versão para Long Tall Sally (Little Richard), gravada por Wilson Miranda. Com ele, também foram sucesso Estou Louco, lançada em 1963, e Boogie do Guarda, do mesmo ano.

Negro, paulista e um dos mais originais compositores do nascente rock nacional, Baby Santiago ganhou a alcunha de “Chuck Berry brasileiro” do professor e maestro Theotônio Pavão, pai de Albert e de Meire Pavão, segundo o livro Rock Brasileiro 1955 – 65, de Albert Pavão. A definição de Theotônio Pavão, pai de Albert e de Meire Pavão, se deve especialmente as suas letras ao estilo do mestre americano.

Em sua curta carreira, Baby Santiago compôs outros “hits” para artistas do nascente rock and roll. Para Tony Campello, escreveu Vamos Dançar o Twist (1962) e Coisinha Linda (em parceria com Tony Chaves, 1963), sucessos na cena paulistana, então a mais rica do país.

Em 1983, Kid Vinil e seu Magazine regravou Advinhão, o mesmo fazendo a banda Cokeluxe, de Eddy Teddy, em 1987, ambos pagando tributo ao mestre. Em 1995, mantendo viva a lenda, Jerry Adriani também regravou Advinhão e Rock do Saci, no disco Rádio Rock Romance, que trazia outros clássicos do rock nacional e estrangeiro.

Uma de suas maiores raridades, a música Lúcifer, com Sérgio Murilo, lançada em 1965, ganhou uma versão punk em 2013, batizando EP do grupo Os Pedrero, de Vitória, no Espírito Santo.

Confira gravação Baby Santiago – Estou Louco

Fernando Rosa é jornalista, produtor cultural, editor do portal Senhor F e colaborador do site Rádio Peão Brasil.