PUBLICADO EM 19 de nov de 2021
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Auxílio emergencial elevou proporção de domicílios que receberam programas sociais em 2020

A proporção de domicílios em que há pessoas recebendo outros programas sociais cresceu de 0,7%, em 2019, para 23,7% em 2020. Esse aumento é explicado pelo pagamento do Auxílio Emergencial, benefício criado no ano passado para diminuir os impactos socioeconômicos da pandemia de COVID-19 entre os trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados. Além disso, entre 2019 e 2020, a proporção de lares que recebiam Bolsa Família caiu de 14,3% para 7,2%, uma vez que muitos beneficiários do programa que passaram a receber o Auxílio Emergencial, que pagava mais. Os dados são da PNAD Contínua 2020: Rendimento de todas as fontes, divulgada hoje (19) pelo IBGE.

O percentual de domicílios que recebiam o Benefício de Prestação Continuada (BPC-LOAS), destinado às pessoas com deficiência e aos idosos que não têm meios para se sustentar, passou de 3,5% para 3,1% nesse mesmo período. A presença desse benefício era maior nos domicílios do Norte (5,0%) e do Nordeste (4,5%), assim como a do Bolsa Família: 12,9% e 14,2%, respectivamente. Cerca de 32,2% dos domicílios do Norte e 34,0% do Nordeste recebiam rendimento de outros programas sociais, principalmente Auxílio emergencial.

O Auxílio Emergencial entrou na rubrica de “outros rendimentos”, que abarca também ganhos de aplicações financeiras, seguro-desemprego, seguro-defeso e outros programas sociais como o Bolsa Família. Com a presença do Auxílio Emergencial, a participação de outros rendimentos no rendimento domiciliar per capita atingiu 7,2%, a maior proporção dessa categoria desde 2012, início da série histórica da pesquisa. Em 2019, essa proporção havia sido de 3,4%.

O rendimento de todos os trabalhos compunha 72,8% do rendimento domiciliar per capita em 2020. Os 27,2% restantes se dividiam, além de outros rendimentos (7,2%), em rendimentos de aposentadoria ou pensão (17,6%), aluguel e arrendamento (1,5%) e pensão alimentícia, doação ou mesada de não morador (0,8%).

A categoria outros rendimentos foi a única a crescer nessa comparação. “Houve uma combinação de fatores. O mercado de trabalho sofreu bastante com a pandemia. Por causa do distanciamento social, alguns setores que dependiam de movimentação de pessoas, como o setor de serviços, foram ainda mais afetados. O trabalho em si perdeu espaço. Isso explica a perda da participação do rendimento de todos os trabalhos, que cai de 74,4%, em 2019, para 72,8%, em 2020”, ressalta a analista da pesquisa.

A proporção de pessoas que tinham outros rendimentos atingiu 14,3% em 2020, o que representa 30,2 milhões de pessoas. É a primeira vez, desde o início da série histórica da pesquisa, que esse percentual superou o dos que recebiam Aposentaria e Pensão (12,4%). No Norte (17,5%) e no Nordeste (19,7%), os percentuais dos que recebiam outros rendimentos ficaram acima da média do país.

Vale lembrar que o Auxílio Emergencial para informais, autônomos, microempreendedores individuais, beneficiários do Bolsa Família e desempregados foi uma proposta das centrais sindicais, como forma de incentivar o povo brasileiro a fazer a quarentena. Diversas ações foram empreendidas para a manutenção e prorrogação desse auxílio.

Fonte: IBGE

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