PUBLICADO EM 04 de ago de 2021
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Aumentar a taxa selic é ‘equívoco econômico’, diz Força Sindical

O Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou, no início da noite desta quarta-feira (4), o reajuste da Selic em 1%. Com a decisão, a taxa básica de juros chega a 5,25% ao ano.

Essa é a quarta vez consecutiva que a equipe econômica aumenta a taxa básica de juros, para controlar índices inflacionários. Economistas acreditam que a Selic deve encerrar 2021 em 7,25% a.a.

Miguel Torres: “A crise é dolorosa para os trabalhadores, que, além de sofrerem com o flagelo do desemprego, amargam alta taxa de juros e a redução criminosa dos seus diretos e de sua proteção social” –  Foto: Força Sindical

A Força criticou imediatamente a decisão considerando um equivoco econômico, em nota divulgada à imprensa. Segundo o texto, assinado por Miguel Torres, presidente da Força Sindical, o “Banco Central perdeu uma ótima oportunidade que poderia funcionar como um estímulo para a criação de empregos, a produção e o consumo.”

Torres ressalta na nota que os juros altos seguem na contramão da produção, do crédito, do consumo e da geração de empregos. “Infelizmente, a decisão do Copom fortalece os obstáculos ao desenvolvimento do País com distribuição de renda.

Confira a íntegra da nota da Força Sindical:

Nota sobre Aumento da Taxa básica de juros

A Força Sindical considera um equívoco econômico o aumento da taxa de juros anunciada pelo Copom (Comitê de Política Monetária). O Banco Central perdeu uma ótima oportunidade que poderia funcionar como um estímulo para a criação de empregos, a produção e o consumo.

Tivemos uma desnecessária alta dos juros, que seguem elevados. Juros altos que seguem na contramão da produção, do crédito, do consumo e da geração de empregos. Infelizmente, a decisão do Copom fortalece os obstáculos ao desenvolvimento do País com distribuição de renda.

A crise é dolorosa para os trabalhadores, que, além de sofrerem com o flagelo do desemprego, amargam alta taxa de juros e a redução criminosa dos seus diretos e de sua proteção social.

A resposta para a crise é o desenvolvimento, a valorização do trabalho e o incentivo à geração de emprego e renda. O País precisa investir no fomento da produção, na geração de empregos e na distribuição de renda para retomar o caminho do seu crescimento econômico.

Defendemos a implementação de políticas que priorizem a retomada do investimento, o crescimento da economia, a geração de empregos, a redução da desigualdade social, o combate à pobreza e a distribuição de renda.

Miguel Torres
Presidente da Força Sindical

O Banco Central já havia sinalizado nas últimas reuniões que estudava o aumento da Selic nos próximos encontros.

Em nota, o Copom afirmou que a inflação continua persistente, assim como a pressão sobre bens industriais. Causou surpresa para os integrantes do comitê a alta da inflação dos serviços.

“Além disso, há novas pressões em componentes voláteis, como a possível elevação do adicional da bandeira tarifária e os novos aumentos nos preços de alimentos, ambos decorrentes de condições climáticas adversas. Em conjunto, esses fatores acarretam revisão significativa das projeções de curto prazo”, diz o comitê, ao justificar a alta de 1 ponto percentual.

Mais aumentos

Em nota, o Copom sinalizou que fará outra alta de um ponto percentual na próxima reunião, que acontecerá em 21 e 22 de setembro. O comitê sinalizou, ainda, que a taxa Selic deve encerrar o ano acima do patamar considerado de “juro neutro”.

O percentual de 6,5% é entendido, pelo Banco Central, como o “juro neutro”, ou seja, que não acelera nem desacelera a inflação.

Com a sinalização, o Copom indica que deve subir até o fim do ano a Selic para além de 6,5%, em linha com o que espera o mercado financeiro. Patamares acima do neutro são chamados de juros restritivos, voltados a contrair o consumo para controlar a inflação.

“O Copom considera que, neste momento, a estratégia de ser mais tempestivo no ajuste da política monetária é a mais apropriada para garantir a ancoragem das expectativas de inflação. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”, diz o comitê em nota.

A previsão é que a Selic encerre o ano entre 6,5% e 7,5%, as maiores taxas desde outubro de 2019. No entanto, os reajustes na taxa básica de juros vão depender da situação econômica do país nos próximos meses.

com informações do G1 e do iG

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