O sucesso da hashtag #DesculpaBrigitte e a reação da primeira-dama é destaque na mídia francesa de hoje. O site do Le Parisien e da BFMTV relatam que a primeira-dama francesa ficou emocionada com as mensagens de solidariedade que recebeu de brasileiros pelo Twitter. A hashtag em francês #PardonBrigitte também foi enviada.
Em várias mensagens, os brasileiros falaram em vergonha que sentem diariamente de ter o Brasil governado por Bolsonaro. “Ele não me representa”, destacam alguns internautas. O escritor Paulo Coelho, muito popular na França, também divulgou um vídeo no Twitter se desculpando pelo que chamou de “histeria de Bolsonaro” em relação à França, ao presidente Macron e à primeira-dama Brigitte.
Nenhuma mulher pode ser desrespeitada.Nem brasileira, nem francesa. #DesculpaBrigitte #PardonBrigittehttps://t.co/LnTBA4mW7G
— Maria do Rosário (@mariadorosario) August 27, 2019
BRIGITTE MACRON: Impecável, PLENA, íntegra, PODEROSA, inteligentíssima e EXTREMAMENTE COMPETENTE.
[…] Quando os argumentos acabam e resta apenas uma postura sexista, imoral e desprezível.#desculpeBrigitte #PardonBrigitte pic.twitter.com/zUl02ptvim— Lisa Liz (@_lisanty_) August 27, 2019
Esses brasileiros dão razão a Emmanuel Macron que ontem declarou que “os brasileiros deveriam ter vergonha” do comportamento de seu presidente, escreve o Le Parisien. No domingo (25), Bolsonaro comentou e concordou com uma grosseria em relação à diferença de idade entre Brigitte e a primeira-dama brasileira, Michelle Bolsonaro, publicada por um internauta no Facebook. A atitude do presidente brasileiro acirrou a crise diplomática entre os dois países, iniciada após o posicionamento de Macron sobre os incêndios que devastam a Amazônia Abaixo-assinado de brasileiras de Paris Dois grupos de brasileiras de Paris na internet lançaram nesta terça-feira abaixo-assinados se solidarizando com Brigitte Macron.
O “Grupo Mulheres do Brasil”, seguido por mais de 16 mil pessoas, se posicionou esta manhã sobre as ofensas de Bolsonaro a Brigitte Macron. Um manifesto postado nas redes sociais do grupo em Paris, e nos mais de 40 núcleos espalhados pelo Brasil e no mundo, repudia a atitude do presidente brasileiro:
“O Grupo Mulheres do Brasil, por meio de seu núcleo de Paris, manifesta apoio à primeira-dama da França, Brigitte Macron. Repudiamos qualquer tipo de atitude sexista ou machista e achamos que o dever de um presidente é repelir comportamentos deste tipo em vez de referendá-los. Somos um coletivo de 40 mil mulheres brasileiras de todas as idades, raças, credos e classes sociais, de diferentes cidades do Brasil e do exterior. De forma suprapartidária e a favor do diálogo, nos colocamos à disposição do presidente Jair Bolsonaro para apresentar dados sobre desigualdade entre gêneros, violência contra a mulher e misoginia, e também para pontuar modelos de políticas públicas que contribuem para a redução das disparidades, do preconceito e das taxas recordes de feminicídio que o Brasil coleciona.”
O “Brasileiras de Paris”, que tem quase 5 mil integrantes, publicou uma carta em francês, endereçada a Brigitte Macron. No texto, elas exprimem, como cidadãs brasileiras, “solidariedade e indignação”. O grupo afirma que a atitude “desprezível” do presidente brasileiro é “preocupante e vergonhosa”. As declarações “misóginas, discriminatórias e grosseiras do presidente desonram o povo brasileiro”. Bolsonaro, assim como sua política, “não nos representam”, escrevem as “Brasileiras de Paris”.