A 10ª Cúpula do Brics, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, acontecerá entre os dias 25 e 27 de julho próximo, no Centro de Convenções de Johanesburgo, na África do Sul, com a presença dos cinco chefes de Estado do bloco, disseram nesta quarta-feira (28) fontes oficiais sul-africanas.
O bloco também convidou para a reunião os governantes de nove nações africanas e chefes de Estado e de governo de países de outras regiões. A próxima cúpula acontece na África do Sul porque este país exerce atualmente a presidência rotativa do Brics.
Os chefes de Estado dos cinco países-membros do bloco – que representam por volta de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial – já confirmaram presença na reunião, onde serão tratados temas de cooperação econômica e desenvolvimento, entre outros.
Segundo detalhou hoje o embaixador do governo sul-africano para o Brics, Anil Sooklal, em um encontro com a imprensa estrangeira, a cúpula também contará com a presença de presidentes de outros países africanos – como Ruanda, Angola e Namíbia – para impulsionar os interesses do continente.
Sooklal também confirmou que, dentro do que se conhece como “Brics Adicional” – um projeto para aumentar a cooperação entre países emergentes – foram enviados convites a países como a Argentina, Jamaica, Turquia e Indonésia.
Entre os temas que serão tratados figuram a industrialização e as novas tecnologias, o crescimento inclusivo e a cooperação em temas de manutenção da paz e em assuntos de saúde, como a criação de uma plataforma de vacinação do bloco. Além disso, a África do Sul promoverá na agenda a discussão sobre igualdade de gênero e os interesses das mulheres.
Sooklal também adiantou que os líderes dos cinco países-membros participarão de um retiro para refletir sobre as conquistas do bloco em seus quase 10 anos de existência e sobre o roteiro a ser seguido nos próximos anos.
Na lista de temas espinhosos estarão questões de direitos humanos e democracia, após as recentes reeleições dos presidentes da Rússia, Vladimir Putin, que recebeu dois terços dos votos para um quarto mandato; e da China, Xi Jinping, após uma reforma constitucional para eliminar o limite máximo de dois mandatos presidenciais no país.
“Não estamos calados em relação aos direitos humanos, é um dos pilares de nossa política externa”, afirmou o representante sul-africano, em nome do governo do novo presidente Cyril Ramaphosa. Não obstante, Sooklal lembrou que “os Brics respeitam a soberania de cada país” e não entram “nos assuntos domésticos” como o “sistema de governo” que cada nação queira adotar.
Fonte: Agência Brasil