PUBLICADO EM 07 de out de 2022
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Bolsonaro corta R$ 2,4 bi do MEC e federais podem parar por falta de recursos

Em nova ofensiva contra a educação, o governo de Jair Bolsonaro bloqueou R$ 2,4 bilhões do orçamento do Ministério da Educação (MEC). A medida foi anunciada na quinta-feira, dia 5 de outubro, e fez com quem as universidades e institutos federais questionassem a viabilidade de manter suas operações.

De acordo com reportagens publicas pelos jornais Folha de S. Paulo e Estado de Minas, o valor bloqueado representa 11,4% do total de despesas discricionárias do MEC. Os institutos da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica já somaram uma perda de R$ 300 milhões. R$ 147 milhões foram congelados com o bloqueio e o restante sofreu um corte em junho. Ao mesmo tempo, as universidades federais acumularam uma perda de R$ 763 milhões com os cortes do meio do ano e o bloqueio mais recente.

Durante entrevista ao jornal Estado de Minas, o presidente da Andifes (Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior) e reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca, lembrou que a situação das instituições federais já estava no limite e que os novos cortes “farão com que nenhuma delas se salve”. “Ninguém ficará livre do drama. Coisas básicas ficarão comprometidas, como despesas com terceirizados e bolsas”, afirma.

A diretora do SINTPq e profissional do CNPEM (Centro Nacional de Pesquisas em Energia e Materiais), Lidiana Moraes, classificou o bloqueio como inadmissível. Segundo ela, o Governo Federal reforça a lógica adota nos últimos quatro anos de sucessivos cortes orçamentários na ciência e educação.

“Não faltaram contingenciamentos ao longo da gestão do atual governo. Se fazem isso há poucos dias da eleição, imagine o que será da educação e da pesquisa caso essa gestão continue. Precisamos mobilizar os profissionais do setor, pesquisadores e estudantes das universidades e Institutos Federais. Sem luta, resistência e consciência política, estamos fadados à miséria e ao ostracismo tecnológico”, afirma Lidiana.

Fonte: Sindicato dos Trabalhadores em Pesquisa, Ciência e Tecnologia de SP (SINTPq)

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