PUBLICADO EM 29 de maio de 2020
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Secretários do Trabalho do Nordeste debatem saídas para enfrentar a crise

Os secretários estaduais do Trabalho, da região Nordeste realizaram  vídeo conferência, nesta terça-feira (26), que contou com a presença de representantes das centrais sindicais. A reunião virtual, que teve duração de quatro horas, abriu as portas para um debate regional entre os nove estados sobre políticas públicas para retomada da economia pós-pandemia. O encontro foi realizado pelo Fórum Nacional de Secretarias Estaduais do Trabalho (Fonset).

Foto: Arquivo

O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves (Juruna), participou do evento representando a Força Sindical. O sindicalista defendeu que as instâncias estaduais de cada central sejam porta-vozes dos interesses dos trabalhadores nos debates em torno de soluções para combater o desemprego. “É fundamental os representantes dos trabalhadores integrem este debate em cada Estado, sempre em torno unidade com todas as centrais, para fortalecermos a luta pela manutenção e conquistas dos direitos trabalhistas e sociais”.

“Para Ricardo Patah, presidente da UGT, que também participou do encontro, um tema de extrema importância debatido na reunião foi a conversão industrial. “Este é o novo caminho que precisamos seguir para fortalecer a nossa indústria, especialmente no setor de saúde.

Patah ressaltou que hoje, o Brasil depende da China, que virou a grande produtora de produtos da área da saúde no mundo, para comprar máscaras, respiradores. “Neste momento de pandemia do Covid-19 precisamos comprar deles produtos que eram produzidos por nossa indústria por preços bem menores”, lembrou o sindicalista.

Segundo o secretário do Trabalho, Emprego e Qualificação do Estado do Pernambuco, Alberes Lopes, o objetivo da teleconferência foi iniciar um debate entre os secretários estaduais do Trabalho, trocar experiências, ver quais são os problemas semelhantes e construir uma agenda para enfrentar a crise do desemprego que deve afetar todo país, especialmente o Nordeste.

O economista Clemente Ganz Lúcio, técnico do Dieese lembrou que as centrais sindicais e o Dieese tem uma agenda de trabalho para elaborar propostas para o sistema público de emprego tratando do seguro-desemprego, formação profissional, intermediação de mão-de-obra, microcrédito. “Vamos tratar também dos protocolos de proteção à saúde e das estratégias de retomada da atividade econômica e do projeto de um novo desenvolvimento para o nordeste”.

Durante o encontro foi definida a construção de um documento coletivo que aponte soluções ao Consórcio Nordeste, presidido pelo governador da Bahia, Rui Costa. A proposta, sugerida por Alberes Lopes, será elaborada por um grupo de trabalho, com apoio do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE), mas o prazo para ser apresentado ainda não foi estabelecido. “Essa união dos secretários e dos governadores é importante, neste momento em que o governo federal não está dando atenção às pequenas empresas, nem aos trabalhadores”, destaca Alberes.

Para o secretário, a falta de crédito é uma das principais dificuldades para os empreendedores e empresários de modo geral. “Mencionamos a dificuldade dos pequenos empresários de obter crédito sem burocracia. O Governo de Pernambuco, através da Secretaria do Trabalho, Emprego e Qualificação, pediu empréstimo ao banco público da China para socorrer empresas pernambucanas, já que o governo federal anuncia, mas não libera o dinheiro. O banco chinês disse ‘ok’, porém destacou que precisávamos do aval soberano do governo federal. Pedimos esse aval desde o início do mês de abril e ainda não recebemos”, destacou Alberes.

Outro tema debatido durante a reunião, que é inclusive uma demanda de todos os estados, é o fato de o Governo Federal ter abandonado os repasses para as Agências do Trabalho, tema que foi corroborado por outros gestores da região e tratado como “calote”. “Os recursos do Sine não chegaram e o Estado continua custeando tudo sozinho.”

O presidente do Fonset, o Davidson Magalhães, que é da Bahia, definiu alguns pontos como prioridades para os próximos dias. Segundo ele, é necessário discutir a retomada de alguns setores que foram prejudicados, como o da cultura. A ideia acatada pelo grupo é construir protocolos para a retomada de setores específicos e ver se é possível unificar este protocolo nos nove estados nordestinos, o que vai depender de como está a ocupação de leitos nos hospitais públicos nos Estados. Davidson defendeu que todos os secretários construam um plano de retomada com sugestões recebidas das Centrais Sindicais, como CUT, Força Sindical, UGT, CTB, CSB e NCST.

com informações da Folha PE

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