Lutamos muito no Brasil e no mundo para que houvesse a erradicação do trabalho infantil. Conquistamos muitos avanços que diminuíram essa abominação de exploração e degradação humana.
Hoje existem Convenções Internacionais da OIT e uma legislação, em âmbito nacional, que impedem esse crime.
Não se faz interpretação de valores pela exceção. Exceção não é exemplo neste tema. Milhões de crianças e adolescentes perderam sua infância, saúde e dignidade na exploração predatória de seu trabalho.
São pessoas que, sem nenhuma oportunidade e fora da escola, perpetuam a miséria, o trabalho precário, insalubre, a escravidão e por aí vai..
A lista dos males que o trabalho infantil causa vida da criança e da família é infindável.
Em um país assolado pelo desemprego entre População Economicamente Ativa é, no mínimo espantoso, para não dizer absurdo, que o presidente defenda que é razoável existir crianças menores que 16 anos no mercado de trabalho, contrariando a própria Constituição Brasileira. Afirmar que, para crianças, é melhor “trabalhar do que ficar ocioso” apenas esconde a fraqueza e a incompetência do Estado para resolver seus problemas sociais.
Precisamos defender, e nós do movimento sindical defendemos, que adultos tenham emprego!
As crianças devem estar na escola, com a integralidade de seu direito à educação respeitado.
Mônica Lourenço Veloso, vice presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM)