PUBLICADO EM 21 de fev de 2018
COMPARTILHAR COM:

Protesto em Cubatão reúne cerca de 3 mil desempregados

Manifestação diante do PAT – Posto de Atendimento ao Trabalhador, na rua Fernando Costa, 1.096, bairro Vila Couto, chegou a afetar o tráfego da via Anchieta, segundo o tesoureiro do Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil, Montagem e Manutenção Industrial de Santos (Sintracomos), Geraldino Cruz Nascimento;  manifestações são semanais e, neste ano, já contribuiram para a abertura de 130 vagas; movimento acontece há cerca de quatro anos, toda segunda, quarta e sexta-feira; apoiado pelo Sintracomos, surgiu voluntariamente, quando ficou claro que a preferência das empresas terceirizadas por mão de obra de outras plagas devia-se a um fato bastante injusto: impedir que ações trabalhistas; presidente do Sindicato, ‘Macaé’ Marcos Braz de Oliveira, esclarece que a estratégia se baseia no fato de que, legalmente, o assalariado só pode impetrar ação judicial na cidade onde presta o serviço

Por Paulo Passos – Quase 3 mil desempregados, na conta do tesoureiro do sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial de Santos (Sintracomos), Geraldino Cruz Nascimento, protestaram, na manhã desta quarta-feira (21), em Cubatão.

A manifestação foi diante do posto de atendimento ao trabalhador (Pat), na rua Fernando Costa, 1.096, bairro Vila Couto, e chegou a afetar o tráfego da via Anchieta, conforme o sindicalista. Essas manifestações são semanais e, neste ano, conseguiu abrir 130 vagas.

“Infelizmente, o país vive um momento de completa submissão ao capital estrangeiro e aos ditames norte-americanos, fatores de profunda recessão econômica e desindustrialização, o que gera desemprego, miséria, fome e violência como a do Rio de Janeiro”, diz Geraldino.

Há quatro anos

Há cerca quatro anos, toda segunda, quarta e sexta-feira, cerca de 1.500 desempregados, às vezes até 3 mil, se reúnem no Centro de Cubatão, um dos mais importantes polos industriais do Brasil.

Além de lamentar a atual política econômica recessiva do governo, eles têm como objetivo impedir que as poucas vagas nas empreiteiras não sejam preenchidas por trabalhadores de outras regiões e estados.

O movimento, apoiado pelo sindicato dos trabalhadores na construção civil, montagem e manutenção industrial de Santos, baixada santista e litoral (Sintracomos), existe desde 2014.

Ele surgiu voluntariamente, quando ficou claro que a preferência das empresas terceirizadas por mão de obra de outras plagas devia-se a um fato bastante injusto: impedir ações trabalhistas.

O presidente do sindicato, ‘Macaé’ Marcos Braz de Oliveira, esclarece que a estratégia se baseia no fato de que, legalmente, o assalariado só pode impetrar ação judicial na cidade onde presta o serviço.

Como o operário, de volta à cidade de origem, encontra dificuldades para retornar a Cubatão, a fim de procurar a justiça do trabalho, estava descoberta a mina de ouro para os maus patrões.

Reflexão

“Eles desrespeitavam o maior número de direitos trabalhistas possíveis, mesmo com severa vigilância do sindicato, sabendo que depois de terminada a obra ou manutenção ficariam livres das ações”, diz Macaé.

Em 2016, os desempregados passaram a se reunir diante da subsede do sindicato, que fica em frente ao fórum da cidade. Mas a aglomeração ali, área de segurança, desagradou a direção do poder judiciário.

Além da segurança, a administração do fórum alegou que as centenas de bicicletas presas com cadeados passaram a danificar as já enferrujadas grades do prédio.

Consensualmente, as partes procuraram a prefeitura e a secretaria estadual do trabalho, que arranjaram um imóvel, na rua Fernando Costa, 1.096, diante da qual até hoje são feitas as três manifestações semanais.

O movimento, segundo o tesoureiro do Sintracomos, Geraldino Cruz Nascimento, diretor responsável pelo acompanhamento das reuniões abertas, não tem vínculo com partidos políticos.

“A finalidade é acompanhar de perto as vagas abertas nas empreiteiras, para que sejam preenchidas com mão de obra local”, explica o sindicalista.

Geraldino, porém, sempre orienta os desempregados a refletirem sobre as eleições deste ano, pois “delas dependerá o futuro próximo do país. Se prosseguiremos na recessão ou voltaremos ao desenvolvimento”.

 

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS