PUBLICADO EM 23 de jul de 2020
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Quase metade dos domicílios brasileiros receberam auxílio emergencial em junho

A matéria doo jornalista Diego Garcia, publicada no Jornal Folha SP, tomou como base pesquisa do IBGE que aponta ainda que cerca de 43%, ou 29,4 milhões de casas, receberam algum tipo de benefício do governo na pandemia

Aproximadamente 29,4 milhões (43%) de domicílios brasileiros receberam algum tipo de auxílio emergencial do governo relacionado à pandemia do novo coronavírus em junho, informou nesta quinta-feira (23) o IBGE em sua segunda divulgação mensal da Pnad Covid.

De acordo com o instituto, foram 3,1 milhões de lares beneficiados a mais na comparação com o mês anterior, quando cerca de 38,7% do total de domicílios do país havia recorrido a algum tipo de auxílio do governo para enfrentar a crise causada pela pandemia.

Quase metade da população (49,5%), ou 104,5 milhões de pessoas, viviam em casas em que pelo menos um morador foi beneficiado com o auxílio em junho. Segundo o IBGE, a população mais pobre foi mais beneficiada com o auxílio, recebendo 75,2% das transferências.

A primeira faixa de renda representa 10% da população do país, ou 21 milhões de pessoas. Dessas, 17,7 milhões (83,5%) moram nos lares que receberam o benefício. Assim, a renda domiciliar por pessoa desse contingente aumentou 3.705%, indo de R$ 7,15 para R$ 271,92.

O IBGE apontou que foram distribuídos R$ 27,3 bilhões pelo governo em auxílio. O valor médio recebido foi de R$ 881 por residência, sendo que nas regiões Norte e Nordeste o recebimento chegou a 60,0% e 58,9% dos domicílios, respectivamente.

Ainda segundo a Pnad Covid, a taxa de desocupação no país foi de 12,4% em junho, o que representa um aumento de 1,7 ponto percentual na comparação com maio (10,7%). A proporção de desempregados aumentou em todas as grandes regiões do Brasil.

Com o aumento, o desemprego atingiu 11,8 milhões em junho, um acréscimo de 1,7 milhão desde maio. Assim, a população ocupada chegou a 83,4 milhões de brasileiros. O diretor-adjunto do IBGE Cimar Azeredo relacionou o aumento à flexibilização do distanciamento social.

“Isso implicou no aumento da população na força trabalho, já que o número de pessoas que não buscavam trabalho por causa da pandemia reduziu frente a maio. Elas voltaram a pressionar o mercado”, afirmou.

Por outro lado, o mês de junho computou o aumento de R$ 2 bilhões na massa de rendimento efetiva, que é a soma dos ganhos de todos os trabalhadores, indo de R$ 157 bilhões em maio a R$ 159 bilhões em junho. “Esse dado indica reação do mercado”, disse.

Caiu ainda o número de pessoas que ficou sem salário por conta da quarentena, chegando a 7,1 milhões. Em maio, esse número chegava a 9,7 milhões de brasileiros. Segundo o diretor-adjunto do IBGE, é importante acompanhar a evolução desse grupo, junto com outros sem rendimento, como os desocupados e a população fora da força de trabalho.

“Esse é um conjunto de pessoas sem rendimentos de trabalho, e essas variáveis podem orientar as decisões de manutenção de programas de transferência de renda”, disse Cimar Azeredo.

Os dados foram coletados pela Pnad Covid, que busca identificar os efeitos do novo coronavírus no mercado de trabalho e na saúde dos brasileiros. Essa foi a segunda divulgação mensal da pesquisa criado especialmente para acompanhar os impactos da pandemia.

Não é possível, porém, comparar os dados desse estudo com os da Pnad Contínua, que apura a taxa de desemprego oficial no país, já que esta última tem metodologia diferente, com coleta de dados durante três meses e em um número maior de domicílios.

A Pnad Covid foi criada especialmente para tentar identificar os efeitos da pandemia sobre o mercado de trabalho e a saúde dos brasileiros, com o objetivo de servir de base para a elaboração de políticas públicas para minimizar os impactos da crise.

Fonte: Folha SP

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