PUBLICADO EM 12 de nov de 2020
COMPARTILHAR COM:

Mulheres sofrem mais com desemprego e interrupção escolar

Mais da metade (56,4%) das mulheres pararam de estudar em decorrência de gravidez afirmaram não estar estudando por ter de realizar afazeres domésticos ou cuidar de criança, adolescente etc.

Foto: RPB

A Síntese de Indicadores Sociais divulgada pelo IBGE nesta quinta (12) mostrou que entre as razões apresentadas pelas jovens para terem parado de estudar, ou nunca terem estudado, gravidez foi a resposta mais recorrente, mas também o fazem por causa de afazeres domésticos e cuidado de crianças e adolescentes, idosos e pessoas com deficiência (6,5%).

Entre as jovens brancas, 9,2% apontaram a gravidez como principal motivo para parar de estudar e 4,9% a realização dos afazeres e cuidados. Entre as jovens pretas ou pardas, esses motivos apareceram com 13,1% e 7,3%, respectivamente. Mais da metade (56,4%) das mulheres pararam de estudar em decorrência de gravidez afirmaram não estar estudando por ter de realizar afazeres domésticos ou cuidar de criança, adolescente etc.

Mulheres pretas ou pardas são 39,8% das pessoas extremamente pobres

As mulheres pretas ou pardas se destacaram entre os pobres: eram 28,7% da população, 39,8% dos extremamente pobres e 38,1% dos pobres. O arranjo domiciliar formado por mulheres pretas ou pardas responsáveis, sem cônjuge e com presença de filhos menores de 14 anos concentrou a maior incidência de pobreza: 24% dos moradores desses arranjos tinham rendimento domiciliar per capita inferior a US$ 1,90 e 62,4% inferior a US$ 5,50. Já entre as crianças com até 14 anos de idade, 11,3% eram extremamente pobres e 41,7% pobres

Os trabalhadores familiares auxiliares eram a posição na ocupação com maior incidência de extrema pobreza (12,2%) e de pobreza (39,5%). Chama também atenção o fato de 25,6% dos trabalhadores domésticos, 23,3% dos empregados sem carteira e 19,3% dos trabalhadores por conta-própria estarem entre aqueles considerados pobres pela linha de US$ 5,50 PPC.

Uma jovem preta ou parda tem 2,4 vezes a chance de um jovem branco de não estudar nem ter ocupação

A Síntese mostrou também que a proporção de jovens que não estudavam nem trabalhavam era maior entre as mulheres (27,5%) do que entre os homens (16,6%). Na análise por cor ou raça, 17,0% dos jovens brancos e 25,3% dos jovens pretos ou pardos não estudavam nem estavam ocupados. Essa diferença se acentuou ligeiramente em relação ao ano anterior (18,5% dos brancos e 25,8% dos pretos ou pardos).

Entre as mulheres pretas ou pardas de 15 a 29 anos de idade, 32,0% não estudavam e não tinham ocupação em 2019. Uma jovem preta ou parda tinha, então, 2,4 vezes mais chances de estar nessa situação do que um jovem branco (13,2%). As mulheres brancas, por sua vez, estavam em maior proporção sem estudar e sem ocupação (20,8%) do que os homens pretos ou pardos (18,9%) em 2019.

Na análise por rendimentos, 42,8% dos jovens que não estudavam nem estavam ocupados em 2019 estavam no quinto da população com os menores rendimentos domiciliares per capita e apenas 4,7% no quinto com os maiores rendimentos.

IBGE

IBGE: estudo aponta que mulheres trabalham o dobro do que homens em casa

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS