A John Deere, montadora de máquinas agrícolas, em Catalão/GO, anunciou ontem (18), a demissão de 90 trabalhadores.
Os desligamentos estavam sendo negociados com o Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (SIMECAT), que há mais de um mês, tentava evitar que a empresa tomasse essa decisão.
Somente nesta quarta-feira (18), 79 trabalhadores foram demitidos e até novembro, o número chegará a 90 demissões.
De acordo com o presidente do SIMECAT, Carlos Albino, o layoff de colaboradores (suspensão temporária de contrato, com parte do salário paga pelo Governo Federal e parte pelo empregador), iniciado em julho, terminou recentemente.
Na época, haveria cerca de 200 demissões, o que foi evitado com a negociação do sindicato com a John Deere, que demitiu apenas 30 funcionários e implantou o layoff para o restante.
Também em abril, o sistema foi adotado, com 70 trabalhadores entrando em layoff e 50 demitidos. Em janeiro, também ocorreram 85 desligamentos.
A John Deere alega que a situação econômica não é favorável, com queda brusca no volume de vendas e de produção, devido à retração do mercado consumidor de máquinas agrícolas.
Portanto, é necessária a adequação do quadro de funcionários para evitar prejuízos futuros e ainda para manter demais postos de trabalho.
Das demissões atuais, mais de 20 trabalhadores pediram para ser desligados, depois que o sindicato solicitou à empresa para aceitar que os colaboradores que quisessem ser demitidos, indicassem seus nomes.
“A situação poderia ser bem pior. A previsão era de 190 demissões. Após algumas reuniões e com nossa intervenção, esse número baixou para 130. Insistimos muito com a empresa, tivemos, inclusive, uma reunião com a direção nacional, apontando o impacto que isso teria na cidade, mostrando também o quanto lutamos como sindicato, para manter os empregos, ao longo desse tempo, sugerindo o layoff e outras alternativas. Conseguimos amenizar a decisão que seria tomada e o número de desligamentos ficou em 90”, explicou Carlos Albino.
Também foi acordado que se houver a necessidade de mais demissões, que seja de apenas cinco trabalhadores ao mês (dependendo da performance do funcionário) até fevereiro de 2024.
O SIMECAT também negociou alguns benefícios para os demitidos, entre eles, um curso de recolocação profissional, que será custeado pela John Deere. Para isso, os trabalhadores desligados deverão participar de um treinamento.
Quem participar desse projeto, receberá o valor de dois vales-alimentação, cerca de R$ 1012.00.
Além disso, a empresa custeará cursos profissionalizantes para quem foi desligado, entre eles: operador minero-químico, operador de máquinas pesadas, entre outros.
O SIMECAT convoca todos os trabalhadores demitidos para participar de uma reunião, na próxima terça-feira (24), às 9h, na sede do sindicato.
Nesse encontro, também serão respondidas todas as dúvidas em relação ao encerramento dos contratos, principalmente, em relação a quem estava em layoff.
“Infelizmente, não conseguimos evitar as demissões, mas vamos tentar que esses trabalhadores voltem ao mercado de trabalho o quanto antes. Pedimos aos empresários da cidade que nos ajudem nessa recolocação. Quem tiver alguma vaga, entre em contato conosco no sindicato. Esperamos que a situação da empresa mude, que o mercado volte a reagir, mantendo os postos de trabalho e o ganha pão de cada um dentro da fábrica”, afirmou o presidente do SIMECAT.
