PUBLICADO EM 14 de set de 2022
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Institucionalização da violência contra jornalistas atenta contra a democracia, diz presidenta da FENAJ

O Brasil vive um momento de extrema violência contra os jornalistas, institucionalizada a partir da figura do presidente da República, Jair Bolsonaro. O alerta é da presidenta da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Samira de Castro, e foi feito durante o 5º Encontro Estadual de Comunicação da CUT Paraíba, realizado nos dias 8 e 9 de setembro, de maneira híbrida, tendo como tema “Comunicação Sindical: Desafios e Perspectivas”.

“Uma onda de ódio vem se espalhando pelo mundo e, nos últimos anos, instalou-se no Brasil. Esse cenário de conservadorismo, autoritarismo, neofascismo e negacionismo científico e histórico atenta frontalmente contra o Jornalismo e as liberdades de expressão e de imprensa”, disse a dirigente sindical, ao participar da roda de conversa “Jornalismo em tempos de intolerância e ódio”.

Samira de Castro lembrou que a mentira como arma política sempre existiu, inclusive em setores da mídia empresarial. “A diferença é que o neofascismo bolsonarista leva a mentira e o ódio aos estertores”, completou. Ela citou dados do Relatório da Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2021, levantamento elaborado pela FENAJ que aponta 430 ataques contra a categoria no ano passado.

“Dos 430 casos, o presidente da República, sozinho, foi responsável por 147 episódios, configurando-se como o maior agressor da categoria”, disse. A presidenta da Federação destacou que Bolsonaro inaugura, em 2019, uma categoria de violência contra jornalistas denominada “descredibilização da imprensa”.

“Os ataques a jornalistas e a veículos de comunicação passaram a ser política de governo, com o claro objetivo de fazer com que a população seja desinformada porque, ao desacreditar a mídia e incentivar agressões a jornalistas, o governo tenta impedir a livre circulação da informação jornalística”, explicou Samira de Castro.

A jornalista Zezé Bechade, que também participou da roda de conversa, destacou que o discurso de ódio vem acompanhado da negação da democracia. “Quem perde com a política do ódio somos nós”, pontou. Ela defendeu a educação midiática como estratégia de enfrentamento aos ataques contra o jornalismo.

A presidenta da FENAJ destacou a unidade de entidades que atuam no campo do Jornalismo para o enfretamento da violência, sobretudo no período eleitoral. “Lançamos uma carta compromisso aos candidatos e partidos para que respeitem nosso trabalho”. Disse, ainda, da importância dos Sindicatos de Jornalistas na denúncia pública e no acompanhamento dos trabalhadores agredidos.

Fonte: Fenaj

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