Na próxima segunda-feira (10), começa a greve dos trabalhadores do Grupo Qintess, empresa com mais de 2.600 empregados no estado de São Paulo. A greve foi aprovada em assembleia virtual do Sindpd (Sindicato dos Trabalhadores em TI do estado de SP) no último dia 31 de março. A greve terá início com um Ato de Greve, às 9h, em frente ao Fórum Ruy Barbosa (Barra Funda), o local está recebendo o Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (TRT), que está com sua sede em obras.
A decisão ocorre após inúmeras denúncias de descumprimento da Convenção Coletiva de Trabalho. Entre as principais ocorrências estão os constantes atrasos no pagamento de salários, férias, vale-refeição/alimentação, vale-transporte, reembolso por quilômetro rodado, banco de horas e depósitos do FGTS.
Também foram recebidas denúncias de assédio moral contra os empregados que cobravam posicionamentos da empresa referentes aos atrasos. O Grupo Qintess também alvo de denúncias por descontarem o IRPF e o INSS sem repassá-los ao Governo.
A empresa possui contratos com empresas como Citibank, BMG, Liberty, Goldman Sachs, Raizen, IBM, Banco Santander, Banco Pan, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal e Natura, que anunciou a rescisão do contrato. Além disso, presta serviços na área de Tecnologia da Informação para órgãos como o Tribunal Regional do Trabalho, Procuradoria Geral do Estado de São Paulo, Ministério da Justiça e o Tribunal de Justiça da Bahia, entre outros.
Inúmeros trabalhadores demitidos ou que pediram demissão no último período também acionaram o Sindicato para cobrar o pagamento de verbas rescisórias em atraso pela empresa.
Durante a última semana, a empresa apresentou uma nova proposta que foi rejeitada publicamente pelo Sindpd (https://sindpd.org.br/sindpd/site/noticia.jsp?Sindpd-divulga-resposta-ao-Grupo-Qintess&id=1680794649919). A proposta considerada insuficiente, não respondia aos pontos apresentados pelo Sindpd e estabelecia longos prazos para a solução dos problemas.
Ontem a Justiça negou o pedido liminar da empresa para declarar a greve ilegal. Na decisão, a Desembargadora do Trabalho Bianca Bastos também negou a interferência na publicidade dos atos de greve solicitada pelo Grupo Qintess.
Integrante da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Grupo Qintess é comandado pelo CEO global Nana Baffour, que nas redes sociais enaltece o compliance da empresa e a agenda social da empresa, como a adesão ao Pacto Global dos Princípios de Empoderamento das Mulheres, promovido pela ONU Mulher, e os compromissos com a sustentabilidade ambiental.