PUBLICADO EM 20 de abr de 2022
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Entregador baleado vai receber salário do iFood até INSS pagar auxílio-acidente

Foto: Roberto ParizottiA Justiça do Trabalho determinou que o iFood pague salários a um entregador baiano, que perdeu os movimentos das mãos após ser baleado, até que o trabalhador comece a receber auxílio-acidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O entregador de aplicativo Yuri de Jesus Monteiro, de 24 anos, foi vítima de uma bala perdida no dia 2 de novembro do ano passado, em Salvador. O nervo do braço esquerdo foi afetado e ele perdeu a sensibilidade e os movimentos nos dedos. Yuri finalizava a última entrega do dia e se preparava para voltar para casa quando foi atingido.

A juíza do Trabalho Viviane Christine Martins Ferreira determinou que a empresa pague o valor de um salário mínimo, hoje de R$ 1.212, para Yuri Monteiro até que ele consiga receber o auxílio-acidente ou que recupere sua capacidade de trabalhar.

Decisão inédita
A ação foi impetrada pelo projeto Caminhos do Trabalho, uma parceria da Universidade Federal da Bahia (Ufba) com o Ministério Público do Trabalho da Bahia (MP-BA), que ajuda trabalhadores e trabalhadoras que buscam atendimento médico e assessoria jurídica gratuitas. O grupo entrou com processo na sexta-feira (8).

O coordenador do Caminhos do Trabalho, na Ufba, Vitor Filgueiras, informou que a decisão é inédita, pelo menos no caso de empresas de delivery, segundo o G1. Segundo ele, já existem decisões semelhantes a determinada pela Justiça do Trabalho neste caso, mas não contra empresas de delivery.

“A antecipação da tutela [o pagamento de um salário mínimo até o auxílio ser liberado] deixa o trabalhador mais tranquilo, porque ele não precisa ficar preocupado com a demora do processo e a impossibilidade de voltar ao trabalho”, afirmou Vitor Filgueiras ao G1.

Quando foi atingido pela bala perdida, Yuri ainda conseguiu pilotar a motocicleta até uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Em seguida, foi transferido para o Hospital Geral do Estado (HGE), onde ficou internado por 16 dias. Desde então, de acordo com a defesa do entregador, Yuri não conseguiu trabalhar e também não recebeu ajuda financeira da empresa.

Fonte: Redação CUT

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