PUBLICADO EM 28 de jan de 2025
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Mão de Obra na Construção: Aumento dos Custos e Desafios

O setor da construção civil no Brasil teve em 2024 um aumento expressivo nos custos relacionados à mão de obra, impulsionado por fatores trabalhistas e econômicos. Segundo o Sinduscon-SP, sindicato das empresas paulistas, os gastos com trabalhadores subiram 8,56% no ano passado, refletindo diretamente no Custo Unitário Básico (CUB) da construção paulista, que atingiu R$ 2.039,53 por metro quadrado em dezembro, com um aumento acumulado de 3,49% em relação

Pressões Econômicas Elevam Custos do Setor

Além do aumento nos gastos com mão de obra, o custo de materiais e equipamentos também impactou significativamente o orçamento das empresas de construção. O crescimento nos preços de materiais, como o aço, cujo valor está determinado em dólar, somado à inflação global e à manutenção das taxas de juros elevadas, coloca uma pressão adicional no setor. Este cenário também dificulta a aquisição de crédito para compra de imóveis, o que agrava as dificuldades financeiras

Desafios Trabalhistas: Escassez de Mão de Obra Qualificada

A escassez de profissionais na construção civil é outro fator crítico. Com a média de idade dos trabalhadores em 42 anos, o setor enfrenta um envelhecimento da força de trabalho, que compromete a produtividade. Além disso, a profissão não tem atração pela juventude, que se mostra relutante em investir em formação técnica para áreas como pedreiro e carpinteiro, funções que podem alcançar ganhos superiores a R$ 10 mil, mas muitas vezes em contratos informais.

Critérios Legais e Problemas com a Formalização de Contratos

O sindicalismo tem alertado sobre as irregularidades nos contratos de trabalho. O pagamento por produtividade, comum no setor, muitas vezes não é formalizado no contracheque e não inclui contribuições para o FGTS e INSS, o que configura práticas ilegais. Antônio de Souza Ramalho, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil (Sintracon-SP) destaca que, embora a falta de mão de obra comprometida seja um problema, os funcionários devem cumprir a legislação trabalhista para garantir os direitos dos trabalhadores

Para David Fratel, coordenador do grupo de trabalho de Recursos Humanos do Sinduscon-SP, o segmento enfrenta falta de mão de obra e um problema de envelhecimento crônico, com a idade média dos trabalhadores em 42 anos, quando a produtividade começa a cair, justamente em um momento de demanda elevada.

Isso se agrava com a dificuldade de atrair trabalhadores que estão ingressando no mercado e não querem investir em formação para tentar posições como pedreiro e carpinteiro, que podem oferecer ganhos acima de R$ 10 mil, ainda que nas modalidades de contrato criticadas pelo sindicato dos trabalhadores.

Uma alternativa, informou Fratel, virá por meio do fórum permanente de negociações das entidades, do qual se espera um plano de carreira e salários padronizado ainda neste ano. “A construção civil está mudando para se adaptar a esse jovem, inovando e dando estabilidade aos trabalhadores, para se adaptar e atraí-lo”, explicou o gestor. Entre as iniciativas estão cursos em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), já realizados pelas construtoras, e uma parceria com a Secretaria Estadual de Educação, que levará cursos profissionalizantes para o ensino médio da rede pública e tem previsão de formalização este ano, completou.

Com: Agência Brasil

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