Historiador mostra como rede oficial de correspondência na América Portuguesa alterou as distâncias entre as capitanias e foi usada como arma de guerra na Independência
Por Ivan Conterno
Para entender como o aumento da troca de informações impactou os últimos anos da colonização portuguesa e a construção do Império brasileiro, o historiador Thomáz Fortunato, estudou o surgimento dessas linhas postais. O estudante aprofundou o tema em sua dissertação de mestrado, que mostra como o surgimento dos correios motivou preocupações semelhantes às atuais, relacionadas ao tipo de informação que circulava, à privacidade, à oportunidade de negócios e à segurança das instituições.
“Há uma relação fundamental entre uma experiência social de aceleração do tempo com uma geografia das comunicações que fornece condições para um fluxo de informações mais acelerado, mais regular, para espaços cada vez mais diversificados e veiculando notícias de um passado cada vez mais recente”, explicou Thomáz ao Jornal da USP.
Segundo ele, essa aceleração pode criar significados sociais variados: “Para um ator do mercado financeiro que se comunica instantaneamente com outro, pode ser uma oportunidade financeira para criação de capital. Para um entregador de aplicativo, a instantaneidade da demanda de uma entrega via celular pode ser um instrumento de intensificação da exploração de classe”.
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