O que apaga incêndio é água, muita água. Enquanto o prédio queima, não dá pra discutir se o erro foi do arquiteto ou do pedreiro. Ou se a matéria-prima da obra é nacional, chinesa etc.
Quando alguém adoece na família, não temos o direito de ficar perguntando por que adoeceu. Temos que nos reunir, ver a forma com que cada um pode contribuir e tentar salvar o paciente. Se a família vai se endividar, essa é outra questão, pois o que importa é salvar o parente.
Assim deve ser a conduta dos governos ante os surtos de doenças. Ou seja, precisa agir, ser eficaz, mobilizar esforços e gastar. Dane-se que o Estado vai se endividar. A urgência impõe despesas. Portanto, o governo deve gastar e muito com o SUS, pra salvar pessoas. No caso, centenas de milhares. Afinal, a vida não tem preço.
Na verdade, entramos tarde nessa guerra. A essa altura, já deveríamos ter aplicado testes em milhões, como faz a Alemanha. O governo deveria ter formado um Gabinete de Salvação, com Estados, Municípios, Serviços públicos, Bombeiros, Forças Armadas, entidades sindicais e outras organizações. Quando se trata de saúde pública, melhor pecar pelo excesso.
Nesse sentido, saúdo a atitude do prefeito Guti e de seu secretariado pela correta ideia de erguer um centro de atendimento, como se fosse um hospital de campanha. Guarulhos tem o Aeroporto Internacional. Estamos, portanto, na rota do vírus trazido por estrangeiros ou brasileiros que regressaram de zonas contaminadas do Exterior.
Aproveito esse espaço pra pedir aos trabalhadores e à população obediência às normas das autoridades médicas. Temos, todos nós, que reaprender hábitos, inclusive na higiene cotidiana. Peço atenção especial (e paciência) com os idosos e pessoas portadoras de doenças crônicas, pois integram grupos de risco. Risco de vida.
Lamento que tenhamos um presidente da República tão despreparado. Seu mau exemplo estimula a ignorância e ignorar, numa hora dessas, é botar fogo em capim seco. Senhor Bolsonaro: já muito faz quem não atrapalha. Se Vossa Excelência não atrapalhasse já teríamos avançado no enfrentamento do coronavírus.
SAÚDE – Deixo meu abraço solidário a todos, principalmente aos valorosos profissionais de saúde, que colocam a vida em risco pra atender a população. E volto a pedir: Vamos nos prevenir. Vamos ser solidários. E mais: vamos exigir dos governos que invistam o máximo na saúde pública, e já. Não dá pra vacilar: um simples vacilo pode matar.
José Pereira dos Santos é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical