Se a vitória de Haddad, por quem lutamos e trabalhamos, não vier, a partir deste 28 não se pode entrar na lógica que eles mais esperam e pretendem: a do confronto desigual e que possa aprofundar ainda mais – como no caso do Ceará, do PT e de Cid Gomes – a desunião das forças democráticas.
Nossa política, creio eu, para poder retomar um governo democrático com sucesso, deve ser a de acumular as mais amplas forças e, sem rancores, inclusive trazer para a nova resistência democrática grande parte do eleitorado equivocado, após essa experiência de breve lua de mel com as trágicas posturas do coiso.
A busca incessante de somar à luta todos pela democracia, com desenvolvimento, emprego, direitos e uma vida melhor para o povo é o grande desafio para os próximos tempos.
Acredito que desfazer essa maioria relativa de votos em 2018 será trabalho persistente, mas até menos complexo do que foi reverter – só em janeiro de 1985 – o golpe militar de 1964. Golpe pela força das armas, de feroz repressão, de uma Constituição rasgada e uma ditadura empossada com forte apoio de muitos países, em plena Guerra Fria.
Hoje o quadro é outro, forças que representam o obscurantismo já não encontram fortes ecos, e o isolamento internacional não é uma boa pedida: como essa atitude já anunciada de intenção de Bolsonaro em mudar, em Israel, a embaixada do Brasil para Jerusalém, o direitista governo paraguaio que o ensine. Por essa e outras, o provável governo dele estará isolado no conjunto das nações.
O eleitorado agora, diante da grave crise do país e provocada não interessa por quem: Dilma (o PT + MDB), ou Temer (o MDB + PSDB), ou ainda os dois juntos e os três misturados, demonstrou que cansou da velha política resumida no conhecido “toma lá dá cá”. Precisa, exige e quer mudanças urgentes.
Infelizmente essas muitas dezenas de milhões de brasileiros, que vislumbraram a luz no fim do túnel no discurso do coiso e de outros fascistas como o seu vice, meros joguetes nas mãos da Banca e de ultraliberais especuladores do “mercado”, vão “aprender com seus próprios erros”, diria o antigo filósofo.
A persistente agora no segundo turno rejeição da maioria do eleitorado ao PT está sendo o que já se tinha conferido na rejeição do primeiro, ao também descartar todos os demais candidatos do campo democrático, do centro a direita. O sentimento desse voto majoritário é claramente de contrariedade a situação de crise a que chegou o país e não, como se pode supor, de esperança no que poderá vir: o voto está sendo no NÃO, não está sendo no SIM.
Unidade, unidade e unidade, como diria o saudoso Ulysses Guimarães, em torno de um programa de união e salvação nacional, com as mais amplas forças das esquerdas, progressistas e democráticas, será a saída mais rápida para o caos do governo bolsonarista que poderá se instalar no país a partir de 01/01/2019.
Com a cabeça no lugar e sem dar pretextos, não haverá como eles rasgarem a Constituição e imporem novamente as armas e a repressão, caso vençam. É possível resistir dentro do que nos garante a Constituição e podemos retomar, certamente em 2022, a condução do país para o campo democrático e do progresso social, se mais ou menos progressista é questão pra se conferir bem mais lá na frente.
No mais, se até o 28, cada um virar um voto, seremos o dobro e Haddad o nosso presidente!
Regis Savietto Frati é consultor político e sindical
Luiz F. Taranto
Bom texto… Vamos, infelizmente, ter q voltar a fazer o que, até a uns anos atrás, não acreditava mais, a uma volta a essa realidade/situação no pais…
Mas fazer o que?
Cláudio Francisco dos Santos
Muito bom,seu esclarecimento vamos nos unir e virar alguns votos de pessoas que temos acesso…