As avaliações sobre a educação brasileira, na rede pública e privada, há pouco divulgadas, nos colocam nos últimos patamares em comparação a outros países.
Apesar de pequenos avanços em poucas regiões, quase todos os índices são extremamente negativos. Infelizmente, o problema não sensibiliza a maior parte da população.
O descaso das autoridades com o dever de melhorarmos os índices educacionais nos leva a imaginar um futuro não muito diferenciado do presente.
A avaliação nacional do ensino médio é uma calamidade. A maioria dos estados não alcançou os limites mínimos pré-estabelecidos. Mais de 52% dos adultos não concluíram essa fase de ensino.
Divulgou-se, por muito tempo, que, desde a obrigatoriedade constitucional do acesso de todos à educação, o problema foi praticamente resolvido.
A pesquisa mostra, porém, que um grande número de brasileiros não conclui a educação básica. O que leva os jovens a abandonarem a escola? A educação não é prioridade para a família?
O trabalho não é mais importante do que o conhecimento. O emprego resolve o problema de imediato, mas o futuro não terá alterações e muito menos melhorará sem uma boa educação.
Que escola é oferecida aos jovens? Quem são e que dificuldades enfrentam os que trabalham com educação, em especial a pública, onde estão matriculados 80% dos jovens?
Precisamos buscar urgentemente soluções para essas dúvidas. Não é mais possível brincar com a educação. Basta de fazer política partidária com a educação.
Chegou o momento de todos compreenderem que o futuro do país não está prioritariamente na melhoria da segurança, da saúde ou do emprego.
O futuro só poderá melhorar, com reflexos na segurança, na saúde e no emprego, quando melhorar a educação para ‘todos’. Chega de discurso. Parem com a propaganda.
Vamos, isto sim, urgentemente, criar e praticar ações que melhorem de verdade a educação. O Brasil já perdeu muito tempo nesse terreno essencial ao desenvolvimento.
De início, devemos decretar 15 de outubro com o dia nacional de melhoria da educação, com ‘todos’ refletindo e buscando conhecimentos sobre a importância do tema.
Zoel é professor, formado em sociologia e diretor financeiro do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá