O Brasil precisa crescer. E isso é urgente. Precisa crescer, gerar empregos e distribuir renda. Se não fizermos isso, e rapidamente, o País será empurrado definitivamente para o Terceiro Mundo e à condição de colônia exportadora de matéria-prima barata aos países ricos.
A recolonização nos tornará um País barato, com ativos desvalorizados, privatização de tudo, submissão às potências e com nossa mão de obra sem direitos, com salários aviltantes, submetida a condições de trabalho cada vez piores.
Os trabalhadores não aceitam isso, o sindicalismo repudia esse modelo neocolonial e os bons empresários olham pra Argentina e veem o que a radicalização neoliberal fez por lá.
Portanto, muita gente boa não quer nosso País metido no buraco. No sindicalismo, esse sentimento é geral. No meio empresarial, cresce a certeza de que não há soluções mágicas maquinadas em Harvard ou Chicago – e que a saída nacional é crescer.
O governo radicaliza sua política neoliberal, incluindo seguidos ataques aos trabalhadores e às nossas organizações. Portanto, o que devemos fazer é tocar, entre nós, capital e trabalho, um pacto produtivista, baseado na indústria, especialmente a de transformação.
O sindicalismo tem buscado isso. Eu tenho participado em Brasília de encontros na Confederação Nacional da Indústria – CNI. A Força Sindical e outras Centrais também participam, buscando uma “Agenda para a retomada do desenvolvimento produtivo e a geração de empregos”. O documento, em elaboração, manifesta: “Nosso propósito é construir a retomada do crescimento e do desenvolvimento econômico e social como parte imediata do projeto de desenvolvimento nacional”.
Observe. Não se trata aqui do velho pacto social da época de Sarney. Trata-se, agora, de viabilizar uma Agenda com 20 pontos, cujo item número 1 já indica o rumo: “Desenvolver programa emergencial de geração de empregos e de renda, proteção ao desempregado e de acesso à formação e qualificação profissional”. E o último item arremata: “Valorização e retomada do diálogo social em espaços multipartites”.
A sociedade tem muita força. Os dínamos principais dessa energia são trabalho e capital. Governo às vezes ajuda, às vezes atrapalha. É nosso papel cobrar que o governante não aja contra os interesses nacionais. Porém, se o governo for obstáculo, devemos somar forças sem ele ou mesmo contra ele. E avançar. O pacto produtivista é a saída mais viável. Precisa ser divulgado, conhecido e colocado em marcha, sem mais demora.
AVANÇO – Saúdo o Sindicato dos Servidores Municipais (Stap) e a Prefeitura, que dialogaram e firmaram acordo que libera o FGTS de 14 mil trabalhadores. O diálogo é um caminhos seguro para o avanço.
José Pereira dos Santos é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical