PUBLICADO EM 27 de fev de 2020
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O povo quer paz

Um Presidente da República não preside um Poder só. Sua função é chefiar o Executivo, mas também é seu papel presidir os interesses da Nação. Assim, compete ao chefe do Executivo respeitar os Poderes da República, bem como suas instituições.

Um Presidente da República não preside um Poder só. Sua função é chefiar o Executivo, mas também é seu papel presidir os interesses da Nação. Assim, compete ao chefe do Executivo respeitar os Poderes da República, bem como suas instituições.

Se o Presidente não se comporta como chefe da Nação, preferindo atuar como ativista partidário ou militante de alguma corrente ideológica, sinceramente, ele não tem consciência de sua própria responsabilidade.
O Artigo 85 da Constituição trata da responsabilidade do Presidente da República. Diz: “São crimes de responsabilidade os atos do Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra…” e seguem sete Incisos.

O Inciso II estabelece que é crime atentar contra: “O livre exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais das unidades da Federação”. Portanto, Jair Bolsonaro comete crime ao compartilhar vídeo chamando para protesto no dia 15, contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal.

O vídeo ficou poucas horas no ar. Mas o suficiente pra incendiar as redes sociais e provocar fortes reações, incluindo a do ex-Presidente Fernando Henrique Cardoso. O compartilhamento do vídeo por Bolsonaro atiçou a direita raivosa, que produziu mais materiais contra o Congresso e o STF, como também de louvação ao Presidente, cujo governo emperra a economia, mas é chamado de mito pelos fanáticos.

A vida não está fácil pra imensa maioria dos brasileiros, exceto àquela pequena minoria que fatura com crise ou sem crise. Nosso País precisa voltar a crescer, gerar empregos, distribuir renda, retomar políticas sociais e passar segurança aos investidores. Mas, pra isso, temos que criar um ambiente que dê segurança jurídica aos investidores e perspectivas à nossa população.

Na democracia, é livre o direito de manifestação e de protestos. O ato do dia 15 deve acontecer livremente, mas não pode ser estimulado pela autoridade maior da República, pois constrange seu cargo e estimula a divisão entre os brasileiros. E povo desunido é sinal de crise permanente. Bolsonaro precisa descer do palanque, parar de criar atritos e governar o País. É isso que os brasileiros esperam de seu Presidente.

Educação – Os desfiles mostraram que as Escolas de Samba estão ligadas aos problemas nacionais. A Mangueira, no Rio, exaltou a tolerância religiosa. Em São Paulo, a campeã Águia de Ouro cantou o conhecimento e homenageou o educador Paulo Freire. Os desfiles, além da beleza habitual, deixaram claro que a vontade popular quer harmonia, paz e progresso. Ou seja, exatamente o contrário do que pregam Bolsonaro e sua torcida fanática.

José Pereira dos Santos é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e secretário nacional de Formação da Força Sindical

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