Entre os anos de 2003, até meados de 2013 um pacto desenvolvimentista que, grosso modo, aliava trabalhadores e o setor produtivo, promoveu o crescimento da economia e do emprego no Brasil. Mas, como efeito da crise mundial, o esfriamento da economia e a mudança da matriz econômica para um perfil mais liberal, levou ao rompimento da cooperação entre as classes. Vimos enfraquecer o mercado interno e aumentar desemprego e o empobrecimento da população.
Tentativas de reverter esta situação não tiveram condições de prosperar em meio à crise política. Mas seus ideais ainda estão no ar.
Estou convencido de que o atual desafio passa pela construção de um grande pacto entre os diversos setores da sociedade. Um pacto desenvolvimentista que una trabalhadores, empresários do setor produtivo, burocracia pública, além das organizações sociais, movimentos políticos e a sociedade civil.
Além de construir uma pauta comum pelo desenvolvimento econômico e pela geração de emprego precisamos também incentivar propostas que resgatem a ideia de nação brasileira, já que a atual crise nos afeta espiritualmente.
Propostas como o Manifesto Pela União Nacional, lançado em julho de 2017 pelo ex-ministro Aldo Rebelo, que busca superar divisionismos políticos e sociais e a “enganosa dicotomia entre Estado e Mercado” e propõe “a união de amplas forças políticas, econômicas e sociais” para a “afirmação nacional” e “superação da crise atual”.
Cabe a nós, cidadãos, sindicalistas, estudantes, empresários, a nós que precisamos e queremos um país forte e pulsante, nos debruçar sobre os rumos que nosso país tem tomado e assumir uma atitude propositiva sobre o futuro.
João Carlos Gonçalves, Juruna, Secretário Geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo