PUBLICADO EM 10 de set de 2021
COMPARTILHAR COM:

O bolsonarista é, antes de tudo, fascista

Ao contrário do que vem afirmando parcela da mídia hegemônica, as manifestações pró-Bolsonaro, de 7 de setembro, não foram nada pacíficas pois preconizavam pela violência ao defender o fim do STF e do Congresso Nacional, a volta da ditadura militar. Enfim, um atentado contra a democracia. Tratou-se de uma violência discursiva que possui efeito tão devastador quanto à violência física.

Os que foram às ruas com faixas, cartazes e camisetas estampando palavras de ordem de cunho antidemocrático, são também criminosos, fascistas, gente a meu ver sem condição da convivência social, pois na sua visão e modo de ser não há solidariedade, empatia em relação ao outro, ao que pensa diferente.

Ademais, colocam-se como sendo o povo (oportunisticamente Bolsonaro costuma fazer esse tipo de afirmação), porém, o que se viu nas últimas manifestações pró-governo não refletia essa condição. O povo brasileiro é formado por 54% de pretos e pardos, segundo o IBGE. Em se tratando de faixa etária, a maioria é jovem com idade até 36 anos. Grosso modo, os atos pró-Bolsonaro eram compostos por indivíduos brancos, com idade avançada no tempo e pinta de classe média.

Nesse sentido, por mais que essas pessoas sejam em aparência bonitas e andem bem vestidas, a sua maneira de ver o mundo, de pensar, sua agressão verbal contra a democracia e aos que não comungam das suas ideias, as tornam feias e retrógradas, ultrapassadas.

Do mesmo modo que não são, nem nunca serão, combatentes no enfrentamento à corrupção, mas soldados rasos do fascismo, pois do contrário não teriam Bolsonaro, um corrupto, promotor de ‘rachadinhas’, defensor da tortura, como seu ícone. Nem fariam selfies ao lado de Queiroz, seu fiel assessor, como se viu em evento no Rio de Janeiro.

Ainda que não admitam há em relação a isto um desvio de conduta que resvala para o mau-caratismo e, creio, de difícil correção. Até parece que carregam introjetados no seu DNA elementos intrínsecos à indecência e à imoralidade, pois no fundo são imorais. E isto não obedece pura e simplesmente a algo passageiro, a uma conduta ocasional, mas a má-índole. E tendo Bolsonaro como presidente tais características se revelaram nessa gente de maneira cristalina, sem pudor, na sua plenitude. Alegremente saíram do “armário” para expor ao distinto público toda a sua bestialidade.

Exponho essa linha de raciocínio considerando que há muito Bolsonaro vem fazendo essa pregação desagregadora, antidemocrática, violenta, particularmente nos últimos 3 anos, e a reverberar com intensidade junto a esse público.

Além do que tem levado o Brasil a uma crise profunda, sem contar o descaso do seu governo nesta pandemia que tem, até agora, contribuído com cerca de 584 mil mortes por Covid-19. Ainda assim seus seguidores não estão nem aí para essas questões. Continuam a apoiá-lo como se isto não possuísse qualquer importância.

Afinal, qual foi o manifestante, ou a manifestante, que no Dia da Independência foi às ruas defender Bolsonaro e revelou preocupação com as mortes pela Covid, o crescimento da inflação, o aumento do custo de vida, o desemprego, o alto preço da gasolina, com os que passam fome e são milhões?

Jose Raimundo de Oliveira é historiador, educador e ativista social

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

  • Renilda Mendes

    Desprovidas de sentimento que deveria nortear a humanidade, os pro Bolsonaro, representa o que há de ultrapassado até mesmo no sistema capitalista.Pois essa gente, se e que podemos qualifica-los assim, desconhece todo e qualquer tipo de generosidade e amor ao próximo e repudia todo e qualquer pessoa que represente o contrário, onde já se viu defender o nível de miserabilidade em que estamos afundados?

  • Josenildo

    Você está certinho meu amigo , esse desgoverno do Bolsonaro está transformando nosso Brasil em um país de miséria e muitos brasileiros passando fome, governo fascista e mentiroso ..
    Você como sempre fez um relato realista e verdadeiro , parabéns…

QUENTINHAS