O Fórum das Centrais (CTB, CSB, CUT, Força Sindical, Nova Central e UGT) reuniu-se no último dia 09 de março, no DIEESE em São Paulo, com o objetivo de elaborar uma nova Agenda da Classe Trabalhadora. O documento será baseado em três eixos: reestruturação da organização sindical, crescimento econômico com geração de emprego e desenvolvimento social.
Oportuna, tempestiva e necessária a discussão.
A ofensiva ultraliberal, colocada em curso após o golpe de 2016, retrocedeu em décadas as relações de trabalho, congelou o investimento público por inacreditáveis 20 anos e pretende desmontar o sistema de previdência e assistência social.
Estas teses ultraliberalizantes encontram amparo, inclusive, em organizações internacionais. Recente relatório da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) divulgado em Brasília, no dia 28 de fevereiro último, recomenda ao Brasil: abrir a economia para a concorrência estrangeira, reformar a Previdência, tornar o Banco Central independente, pôr fim à política industrial, desvincular os benefícios sociais do salário mínimo, reduzir o papel do BNDES, dentre outros pontos. Tais medidas “elevariam o PIB brasileiro em 1,4 ponto percentual ao longo dos próximos 15 anos”, de acordo com a organização.
A exemplo da “Agenda da Classe Trabalhadora para um Projeto Nacional de Desenvolvimento”, lançada em 2010, robusto contraponto pode ser elaborado pelas Centrais para – além de desmontar argumentos como os da OCDE – apresentar propostas e apontar saídas para a complexa conjuntura que vivemos.
É sabido que o momento apresenta dificuldades incomuns. A Agenda de 2010 tinha como propósito aprofundar as mudanças em curso com soberania e valorização do trabalho. Hoje, pauta-nos a resistência e a luta deve ser travada também no campo das ideias.
Wagner Gomes, secretário-geral da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)