A quadrilha que roubou 54 milhões de votos e tomou de assalto o Brasil já deu vários sinais de que não tem limites, muito menos escrúpulos, para executar plenamente seu projeto de poder. São capazes de tudo, de cortar a própria carne e lançar os seus ao mar.
Em um evento na quinta-feira (03/05) em SP, o ex-presidente do TST Ives Gandra Martins Filho afirmou que “Se estes magistrados continuarem se opondo à modernização das leis trabalhistas, eu temo pela Justiça do Trabalho. De hoje para amanhã, podem acabar (com a instituição)”. Ele se referia aos magistrados que se refutam a aplicar a lei celerada e arrematou com a pérola de que quem cria a tal “insegurança jurídica” são os juízes que se opõem à nova lei e que este movimento é um “suicídio institucional”.
Menino dos olhos do patronato, a opinião do ex-presidente não é um temor, mas sim uma ameaça. Os operadores do golpe, não hesitariam em com uma canetada acabar com a Justiça do Trabalho, pois não serve unicamente a seus interesses, e a depreciação já imposta pela reforma sindical e trabalhista pareceu não ser o suficiente.
Historicamente, construiu-se o conceito de que a Justiça do Trabalho é anacrônica, lenta, cara, tendenciosa e aumenta o famigerado “custo Brasil”, não é vista pelo que realmente é: um agente político legítimo capaz de contribuir para mudanças sociais e culturais. Ademais tem como papel principal buscar o equilíbrio de uma relação que é, por natureza, desnivelada.
A resistência de parte da Justiça do Trabalho recebeu um recado de um de seus algozes. Resistir é vital neste momento para defender este patrimônio que também é dos trabalhadores.
Wagner Gomes, secretário-geral da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB)