Será que é isso mesmo que os trabalhadores querem?
A mais recente declaração de Jair Bolsonaro sobre as leis trabalhistas beira ao absurdo! Um presidente eleito afirmar que a “lei trabalhista tem que se aproximar da informalidade” é tão sem sentido que parece mentira. Mas, infelizmente, não é…
Quando deveria mirar o bom exemplo de países desenvolvidos como Alemanha, França e Noruega, onde se ampliam direitos, reduzem jornadas, aumentam salários e avançam rumo ao trabalho decente, miram em terras sem leis, como China e Filipinas. Lugares esses onde o trabalhador não tem escolha, não tem direitos, não tem proteção e mal tem salário.
Será que é isso mesmo que o trabalhador brasileiro quer? Ser empurrado rumo ao trabalho escravo como em Filipinas, onde se trabalham horas e horas a fio e mal ganham salários para matar sua fome?
Será mesmo que o trabalhador quer caminhar rumo a um trabalho sem condições mínimas de saúde e segurança como na China, sem saber se no fim do dia retornará para sua família?
Ou será que o trabalhador quer maiores salários como na Noruega? Quer trabalhar sabendo que voltará inteiro e com saúde para os braços da sua família? Quer jornadas decentes como na Alemanha, em que se tem tempo para tudo: trabalho, família e estudos?
Pois bem, a resposta parece bem óbvia! Mas, se continuarmos insistindo na informalidade, mirando os exemplos errados ao redor do mundo só vamos botar tudo a perder! Retornaremos aos tempos da semiescravidão, onde se tinha trabalho, mas sem nenhum direito ou dinheiro no final do mês. Onde morte e abusos dentro das fábricas eram parte comum da rotina!
O governo precisa ouvir o povo! Não cabe ao novo governo impor mais uma reforma que condene os trabalhadores! Não é papel de Bolsonaro acabar com nossos direitos! O governo precisa agir com sabedoria, criar empregos de qualidade, atrair novos investimentos e avançar rumo a um Brasil desenvolvido e isso só se faz valorizando o trabalhador e a mão-de-obra brasileira, com mais direitos e qualidade de vida!
Sérgio Butka é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, da Federação dos Metalúrgicos do Paraná (Fetim) e da Força Sindical do Paraná