Não existe emprego sem direitos. Emprego sem direitos é exploração. Se está ruim para GM (General Motors), imagina para os trabalhadores? Líder de vendas no país, a montadora pretende arrancar dinheiro de tudo que é lado. Mesmo usufruindo de isenções fiscais, a empresa quer adotar mais de vinte medidas que vão contra os interesses dos trabalhadores como forma de cortar gastos.
A GM quer reduzir em cerca de 17% o piso salarial, deixar de contribuir com os planos previdenciários por um ano, aumentar a jornada de trabalho de 40 para 44 horas, implementar o trabalho intermitente, e acabar com a estabilidade para trabalhadores doentes e acidentados. Tudo isto com o respaldo da reforma trabalhista.
Essa é a primeira grande fábrica multinacional a querer aplicar a reforma nesse nível, portanto o resultado destas exigências pode determinar como as outras seguirão. Ou seja, vai refletir em toda cadeia automotiva, em toda a indústria, e, seguramente, em outros setores da economia.
O assunto é sério, mas o governo pouco se preocupa com ele. A equipe de Bolsonaro, que foi a favor da reforma trabalhista e defende seu aprofundamento, incentiva a aplicação dessas medidas e dá seu aval para a empresa cortar milhares de postos de trabalho caso não consiga.
Aos trabalhadores resta a luta, a organização. Vamos fortalecer a nossa unidade contra os ataques da GM e de qualquer outra montadora, ou empresa. Companheiros, acreditem na sua força, não existe emprego decente, sem direitos. Juntem-se ao Sindicato, fortaleçam a categoria, vamos defender os nossos postos de trabalho.
Jorge Nazareno é Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Osasco e Região