PUBLICADO EM 27 de set de 2018
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Eles, não!

Eles, não! Existe um forte movimento social chamado “Ele Não!”. É uma iniciativa correta, mas alerto que ela não pode ser apenas uma peça do atual tabuleiro eleitoral. Talvez melhor seria “Eles, não!”. Eles quem? Os políticos desonestos, os deputados improdutivos, os que votam contra o povo, os candidatos que pedem voto ao trabalhador e, no Congresso Nacional, massacram direitos e avanços sociais.

Dentro de 11 dias, haverá eleições. Uma eleição não pode resolver tudo ao mesmo tempo. Mas seu poder de piorar as coisas é imenso. Portanto, precisaremos votar com muita consciência, civismo e responsabilidade.

Ou seja, se não votarmos com esse cuidado, corremos o risco de reeleger tudo o que de ruim aí está e ainda de colocar no poder mais gente sem preparo, sem moral e sem compromissos com a democracia, o desenvolvimento e a inclusão social.

Existe hoje forte descrédito na política e nos políticos. Mas a experiência ensina que, se é ruim com os políticos, pior sem eles. Os políticos, mal ou bem, produzem leis, administram o Estado e negociam pactos com a sociedade, para que haja diálogo entre os diferentes e um mínimo de paz na sociedade.

A descrença na política e nos políticos já é ruim. Mas o pior é quando ela atinge a democracia, como se esta fosse resultado da vontade de uns poucos e não um processo historicamente construído, por meio das lutas e muitas vezes à custa da vida de pessoas.

Creio que nessas eleições devemos vincular democracia a direitos, mostrando que a conquista de avanços individuais e sociais só pode ocorrer num ambiente de liberdade. Por exemplo: as conquistas trabalhistas cresceram com a própria Assembleia Nacional Constituinte e por causa da aplicação efetiva da Constituição. Foi só a partir de 1988 que passaram a vigorar direitos como abono de férias, licença-maternidade de 120 dias; multa de 40% do FGTS nas demissões imotivadas; jornada de 44 horas; licença-paternidade; e tantos outros.

O sindicalismo sabe que democracia e direitos caminham juntos. Por isso, as lideranças se empenham em apoiar candidatos progressistas e a combater candidaturas extremistas, intolerantes e radicalmente neoliberais, como é o caso de Bolsonaro. Nesse sentido, saúdo a nota unificada das Centrais, publicada no final de semana, que alerta para o risco do candidato de extrema direita.

Eles, não! Existe um forte movimento social chamado “Ele Não!”. É uma iniciativa correta, mas alerto que ela não pode ser apenas uma peça do atual tabuleiro eleitoral. Talvez melhor seria “Eles, não!”. Eles quem? Os políticos desonestos, os deputados improdutivos, os que votam contra o povo, os candidatos que pedem voto ao trabalhador e, no Congresso Nacional, massacram direitos e avanços sociais.

Sem eles, nosso País será muito melhor. O destino de uma Nação não depende só dos políticos. Depende, e muito, das atitudes que são tomadas pela base social.

José Pereira dos Santos – Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Guarulhos e Região e Secretário nacional de Formação da Força Sindical

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