Canibal é quem pratica o ato de comer um ser vivo da mesma espécie.

Portanto, quando alguém classifica um humano de canibal, quer dizer que se trata de alguém que come outro humano.

Foi esse título que o ministro da educação, Ricardo Vélez Rodríguez, deu aos jovens brasileiros que viajam ao exterior. Disse que não sabem se comportar e que roubam utensílios em hotéis e aviões.

Sua entrevista a uma revista de abrangência nacional teve grande repercussão. Ao classificar assim uma parcela dos brasileiros, o ministro demonstrou não saber o significado da palavra ‘canibal’.

Por ser colombiano, o que, aliás, causa estranheza num governo que se diz nacionalista, Vélez Rodrigues usou a expressão talvez por ser a Colômbia banhada pelo mar do Caribe.
Quando os espanhóis chegaram nessa região, extinguindo os povos indígenas com tiros, espadas e fogo, encontraram ali nativos que comiam carne humana.

A palavra ‘canibal’ vem de Caribe.
Acredito que nem na Colômbia existam jovens canibais. E muito menos no Brasil. A declaração do ministro foi de uma infelicidade a toda prova e espero que o congresso nacional o intime a se retratar.

Quando fui secretário municipal da educação e esporte no Guarujá, de 2001 a 2004, tive o prazer de trabalhar para mais de 25 mil alunos, entre eles milhares de jovens.

Melhorei não apenas as condições de trabalho das professoras e professores, mas fiz questão de investir na qualidade do ensino para as crianças e a juventude da cidade.

Precisamos de um ministro da educação que tenha interesse em melhorar a vida de milhões de jovens brasileiros. E não de um estrangeiro que venha aqui falar besteiras e desrespeitar nossos jovens.

Os alunos são o principal objetivo de quem trabalha com educação. Mas o que esperar de um ministro que defende o ensino universitário apenas para o que ele considera elite intelectual?
Nesta segunda semana corrida de fevereiro, houve retorno às aulas na maioria das cidades. Ficam registrados aqui meus votos de boa sorte e sucesso aos secretários de educação.

Torço para que desenvolvam trabalhos positivos e que melhorem sempre a educação nacional. E que sirvam de exemplo ao ministro sem noção de palavras inadequadas ao cargo que ocupa.

Zoel é professor é presidente do Sindserv (sindicato dos servidores municipais) Guarujá