PUBLICADO EM 03 de out de 2021
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Centrais sindicais repudiam em nota as cenas de violência ocorridas na manifestação de 2 de outubro

Em nota divulgada neste domingo (3), um dia após as manifestações contra o governo Bolsonaro por todo país, as centrais sindicais Força Sindical, União Geral dos Trabalhador, Central dos Sindicatos Brasileiros, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Nova Central Sindical de Trabalhadores, Intersindical Central da Classe Trabalhadora e Pública Central do Servidor afirmaram que “O objetivo das nossas ações unitárias é inequivocamente defender a nação brasileira, combater o autoritarismo e construir uma democracia que acolha e valorize o povo” e que por isso não podem “deixar de apontar um grave problema que não apenas tem se repetido, como tem aumentado nas manifestações em São Paulo: a intolerância, a postura autoritária e, pior, a violência física”.

Paulo Pinto/FotosPublicas

As centrais se referem aos ataques que o ex-ministro Ciro Gomes sofreu quando estava saindo da manifestação. Ciro foi vaiado durante seu discurso e agredido por militantes.

Paras as centrais “Parece que não está claro para eles qual o verdadeiro foco da manifestação e, com isso, nos resta concluir, que agitações como essas que prejudicam e dividem o próprio campo progressista tem apenas uma consequência: fortalecer o atual governo de extrema direita”.

Leia a nota na íntegra:

Lutamos por uma nação baseada na democracia, na tolerância e no respeito ao próximo

As manifestações contra o governo Bolsonaro no dia 2 de outubro tiveram êxito e mostraram, em sua maioria, o caráter democrático do movimento. Mostraram que podemos sim realizar ações unitárias e que o campo progressista com seus partidos, sindicatos e movimentos sociais está vivo e forte.

O objetivo das nossas ações unitárias é inequivocamente defender a nação brasileira, combater o autoritarismo e construir uma democracia que acolha e valorize o povo.

Na nota em que convocamos o ato afirmamos claramente que: “Para derrubar Bolsonaro, é preciso ir além do nosso campo, pois precisamos de 342 votos na Câmara dos Deputados para aprovar o impeachment. Não é questão de ideologia, mas sim de matemática. Neste momento, um dos mais graves da nossa história, é necessário focar no que nos une, e não no que nos separa. Para podermos continuar a ter o direito de discordar, de disputar eleições livres e de manter a nossa democracia, Bolsonaro tem que sair já”

Por isso não podemos deixar de apontar um grave problema que não apenas tem se repetido, como tem aumentado nas manifestações em São Paulo: a intolerância, a postura autoritária e, pior, a violência física.

A violência que militantes do PDT e, em especial o ex-ministro Ciro Gomes, sofreram no sábado, dia 2, foi um evento totalmente inaceitável. Outros representantes do movimento sindical e popular também foram prejudicados no momento de suas falas.

Já se tornaram comuns nas manifestações contra o desgoverno de Jair Bolsonaro as provocações e os ataques de grupos minoritários sem expressão e sem representatividade.

Eles se posicionam estrategicamente em frente ao carro de som para atrapalhar todos aqueles que não seguem sua cartilha sectária.

Parece que não está claro para eles qual o verdadeiro foco da manifestação e, com isso, nos resta concluir, que agitações como essas que prejudicam e dividem o próprio campo progressista tem apenas uma consequência: fortalecer o atual governo de extrema direita.

Não é esse o Brasil que queremos e pelo qual estamos lutando. Não queremos uma politica baseada na intolerância, na coerção, no fanatismo e na violência física.

Queremos sim construir uma democracia onde todos e todas tenham vez e tenham voz. Uma democracia popular baseada no respeito ao próximo.

É para isso que seguimos lutando.

São Paulo, 3 de outubro de 2021

Miguel Torres, presidente da Força Sindical

Ricardo Patah, presidente da UGT – União Geral dos Trabalhadores

Antonio Neto, presidente da CSB – Central dos Sindicatos Brasileiros

Adilson Araújo, presidente da CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil

José Reginaldo Inácio, presidente da NCST – Nova Central Sindical de Trabalhadores

José Gozze, presidente da Pública Central do Servidor

Edson Carneiro Índio, secretário-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora

Leia também:

https://radiopeaobrasil.com.br/violencia-fisica-e-hostilidades-ao-pdt-sao-inadmissiveis-diz-csp-conlutas/

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

  • Ivani Lobo Crizostomo

    ISSO REPRESENTA OS PRINCÍPIOS E O FIM DE QUEM JÁ CHEGOU O SEU FINAL. TRISTE FIM DE UMA HISTÓRIA QUE JAMAIS PENSOU NO FUTURO DE UMA PÁTRIA, QUE SANGRA E CLAMA POR ¨DEMOCRACIA¨.

  • Antônio Marsicano de Miranda (Toninho)

    É lamentável o fato ocorrido pois o momento é de convergir e não de divergência.
    Temos que unirmos todas as forças para ideal proposto.
    Estamos no início de uma decisão para o nosso Brasil .o melhor é ouvirmos a todos, vaias nestes momentos é prejudicial à causa.l

  • Josinaldo José De Barros

    Parabéns as centrais que assinaram essa nota de repúdio, Eu mesmo como presidente do sindicato dos metalúrgicos de Guarulhos e região não participo e não convido mais ninguém a participar de um protesto com esse comando de organização que não cumprem com o combinado, que unir pra derrotar o Bolsonaro, sou solidário ao Ciro Gomes que foi atacado injustamente, isso não é um protesto de um partido ou uma central, foi de todos que é contra Bolsonaro e defende a democracia, faltou comando no carro de som e também a fala do PCO tevi autorização de alguém que não quer diálogos com Ciro más, foi o único presidenciável com coragem de ir na Paulista e defender a democracia e enfrentar Bolsonaro, parece que já querem mesmo é fortalecer o bozo todo apoio ao Ciro, esses caras não querem democracia, querem capachos e massa de manobra.

QUENTINHAS