PUBLICADO EM 28 de abr de 2021

Brasil atravessa crise sem precedentes, adverte Adilson Araújo durante posse da nova diretoria da Contag

“O Brasil atavessa uma crise sem precedentes, ao mesmo tempo sanitária, econômica e política”, afirmou o presidente da CTB, Adilson Araújo, durante mensagem de saudação da nova diretoria da Contag, eleita para dirigir a entidade entre 2021 a 2025 e que tomou posse nesta terça-feira (27) em cerimônia virtual. “Nosso país registrou mais mortes em quatro meses de 2021 do que nos 12 meses de 2020”, lamentou o sindicalista.

O presidente Aristides Veras dos Santos, reeleito, salientou que os desafios enfrentados durante o 13º da Contag foram imensos. “Fechamos uma chapa à distância, com um nível de unidade muito amplo, uma plenária com todas as federações aprovaram a chapa por unanimidade. E também elaboramos um documento base unitário, com um ou outro ponto polêmico que foi destacado”.

“Precisamos fortalecer nossa organização”, conclamou, destacando a necessidade de estimular a “participação e protagonismo das mulheres, dos jovens e também dos idosos. Enfrentamos uma realidade dura, inclusive de sustentação financeira, com desafios na luta em defesa da democracia e do desenvolvimento nacional. Vamos reforçar a defesa da agricultura familiar e avançar junto com a classe trabalhadora para que possamos melhorar o Brasil e o mundo”, concluiu.

Relevância da agricultura familiar

Em sua mensagem, o presidente da CTB enalteceu a relevância do papel desempenhado pela agricultura familiar para a sociedade brasileira e a necessidade de que ela seja apoiada, valorizada e fortalecida.

Leia mais abaixo:

Nossa agricultura familiar merece ser tratada com todo carinho e cuidado, pois responde por nada menos que 70% da produção dos alimentos que abastecem os lares brasileiros. É uma atividade essencial para a sobrevivência do nosso povo e a segurança alimentar da nação. Mas agricultores e agricultoras familiares não desfrutam do apoio que merecem e precisam do atual governo liderado pela extrema direita.

No campo, Bolsonaro procura fazer a vontade dos grandes proprietários em detrimento de trabalhadoras e trabalhadores da agricultura familiar e assalariados. Paralisou a reforma agrária, nocauteou o Incra e aprofundou a política instituída após o golpe de 2016 que começou com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), seguida por cortes drásticos de orçamento de programas para a Reforma Agrária e para o Incra, assim como para o Pronera, o Procampo, o Pronatec, para habitação rural, o ATER. Presenciamos o desmonte do Ibama e do ICMBio. Aumentou exponencialmente as liberações de agrotóxicos, o desmatamento e a indiscriminada destruição do meio ambiente, fato despertou indignação internacional.

Estimulou a violência contra indígenas, quilombolas e líderes sociais rurais. Também vetou o PL 735/2020, que estabelecia medidas emergenciais de amparo aos agricultores familiares para mitigar os impactos socioeconômicos da covid-19, e acabou com o Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural. Tudo isto indica que precisamos, juntos, intensificar o combate ideológico político contra o governo da extrema direita, inclusive nas redes sociais. É possível que mais à frente as mobilizações sejam retomadas.

Sigamos na luta por vacina para todos e todas, criação de empregos, auxílio emergencial no valor de R$ 600,00, em defesa da democracia, da soberania nacional e dos direitos sociais. É preciso retomar com urgência o projeto nacional de desenvolvimento com democracia, soberania e valorização da classe trabalhadora no campo e nas cidades.

Fonte: Portal CTB

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