Os trabalhadores da Delta, na zona leste de São José dos Campos, mostraram que a mobilização é o melhor caminho para manter seus direitos. Após a paralisação desta semana e o aviso de greve, a empresa avançou nas negociações com o Sindicato. O acordo coletivo foi aprovado em assembleia, nesta sexta-feira (11), e prevê a renovação do acordo coletivo e o aumento de 9% nos salários.

Os metalúrgicos da fábrica estavam insatisfeitos com a intransigência da Delta nas negociações da Campanha Salarial. Por isso, cruzaram os braços por duas horas, na quarta (9). Eles exigiam que a empresa renovasse todos os direitos previstos no acordo coletivo e reajustasse o valor do vale-alimentação. Caso contrário, entrariam em greve por tempo indeterminado.

A fábrica não queria renovar as cláusulas sociais do acordo coletivo porque não concordava com três delas: a que prevê estabilidade para acidentados ou lesionados até a aposentadoria, a que proíbe a terceirização da produção e a que dá 180 dias de licença-maternidade.

Porém, os metalúrgicos não abrem mão desses direitos históricos e partiram para cima dos patrões. Pressionada, a fábrica cedeu e renovou todas as cláusulas sociais por um ano.

A Delta também se comprometeu a continuar as negociações sobre o reajuste do vale-alimentação. Hoje, os efetivos recebem R$ 275 mensais, e os temporários, R$ 140.

“Os companheiros da Delta mostraram que são de luta e que não aceitam a retirada de direitos. Agora, as negociações continuam pelo reajuste do vale, que é um complemento de renda importante diante da inflação dos alimentos”, afirma a diretora do Sindicato Aline Bernardo.

A Delta tem 220 funcionários e fornece peças para a Ericsson.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos