Em assembleia realizada na tarde sábado, 30 de abril, a categoria metroviária de Belo Horizonte resolveu suspender a greve em consideração o quanto a população da Grande Belo Horizonte está sendo penalizada e sacrificada pela atitude irresponsável do governo e sobretudo porque os empresários das empresas de ônibus reduziram, desde o primeiro dia da greve dos metroviários, o número de lotações em circulação, numa atitude perversa com o povo trabalhador.
Além disso, quem está na operacionalização da privatização, Programa de Parceria de Investimento (PPI), e alguns políticos deram sinais claros de interferir positivamente para que os empregos sejam mantidos caso a empresa seja privatizada. Nesta próxima semana já será realizada uma reunião para abrir as negociações neste sentido.
Esta foi a mais longa greve dos metroviários em Belo Horizonte, mais de 40 dias, e não foi uma greve por reajuste salarial ou por reivindicação de melhorias no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) foi uma greve para garantir os empregos, afinal de contas entraram na empresa via concurso público. São trabalhadores que investiram em estudos, se prepararam e entraram de acordo com um edital que estabelecia regras claras a serem seguidas por ambas as partes.
Muitos desses trabalhadores estão próximos da aposentadoria apesar de todas as mudanças que ocorreram na reforma previdenciária. Seria muito difícil ingressarem em uma nova profissão para completar o tempo de contribuição necessário para se aposentarem. Vários anos dedicados ao trabalho estariam sendo perdidos por uma mudança política no governo. Colocados no “olho da rua” por uma estratégia empresarial que visa tão somente lucros.
A suspensão da greve não significa o fim da luta. Nem sequer está colocado em questão que a greve poderá continuar pela garantia do emprego dos trabalhadores. A greve foi suspensa diante de um contexto em que os metroviários vêm como positivo sentar e conversar com os representantes do governo. Se a promessa de negociar não for mantida, a categoria pode realizar a qualquer momento, nova assembleia específica para discutir e deliberar por paralisar as atividades.
Fonte: Sindimetro/MG