Para dar continuidade às discussões sobre os principais desafios e preparar a luta para a Campanha Salarial 2022, foi realizado nesta quinta-feira, dia 31, o segundo encontro da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT (FEM-CUT/SP) com os Sindicatos filiados, na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região (SMetal).
A atividade contou com a presença de dirigentes de 11 dos 13 sindicatos filiados da FEM-CUT, que abrangem 56 cidades, com o intuito de ouvir todos os sindicalistas sobre as demandas dos trabalhadores da categoria. “Esses encontros servem de preparação para a plenária estatutária da Federação, quando iremos definir os eixos e o tema da Campanha Salarial deste ano”, explicou o presidente da FEM-CUT, Erick Silva.
Ele lembrou que nas bancadas patronais do Grupo 2 (máquinas, equipamentos elétricos e eletroeletrônicos), Siniem (Estamparia de Metais), Sindifupi (funilarias e pintura), Grupo 8.2 (trefilação e laminação de metais ferrosos e de esquadrias e construções metálicas) e Grupo 8.3 (de ferros, metais e ferramentas em geral, de artefatos de metais não ferrosos e de equipamentos ferroviários e rodoviários), a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) perde a vigência neste ano, portanto, além da questão econômica, será debatida a renovação das cláusulas sociais.
“Mas nada nos impede de debater melhorias nas questões sociais também nos outros grupos patronais que possuem a Convenção Coletiva até ano que vem se assim os dirigentes sindicais e a categoria entenderem como necessário”, enfatizou.
As bancadas patronais do Grupo 3 (peças, parafusos e forjarias), Sifesp (fundição), Sindratar (refrigeração, aquecimento e tratamento do ar) e Sindicel (condutores elétricos, trefilação e laminação de metais não ferrosos) têm as cláusulas sociais garantidas até 31 de agosto de 2023.
Cláusula do lesionado
Entre as principais pautas que foram debatidas no encontro da Federação está a cláusula de estabilidade aos trabalhadores lesionados ou com doença ocupacional. “Essa reunião de preparação para a nossa Campanha Salarial tem na pauta de direitos um tema fundamental e de absoluta importância na vida do trabalhador, que é a garantia ao trabalhador vítima de acidente ou doença do trabalho. Estamos construindo um consenso para que tenhamos essa garantia reforçada nas Convenções Coletivas”, explicou Erick.
Grupo 10 e Aeroespacial
Outro desafio para 2022 debatido pela Federação e os Sindicatos filiados é o impasse nas negociações com o Grupo 10 – composto principalmente por pequenas e microempresas, além de oficinas mecânicas – e o Aeroespacial, que representam quase 10% da categoria do Estado de São Paulo e há pelo menos cinco anos estão sem acordos “guarda-chuvas”.
“Estamos discutindo uma estratégia para convencer o Grupo 10, que é o mais ligado à Fiesp, a voltarmos a ter a Convenção Coletiva assinada. Já temos conversas iniciadas com alguns desses sindicatos e esperamos que a gente consolide em 2022 uma Convenção nesse grupo tão importante”, assegurou Erick.
Ele reforçou ainda do porque é tão importante garantir a Convenção para toda a categoria. “A Convenção Coletiva é a garantia dos direitos equânimes e equitativos, de forma absolutamente equilibrada para mais de 194 mil trabalhadores metalúrgicos do Estado de São Paulo. Porque se não for assim, onde temos mais mobilização, teríamos acordos maiores, e onde há menos, haveria acordos e direitos menores e um quadro de desigualdade em toda a base”, explicou.
Data-base 2022 dos metalúrgicos já chega a 5,73%
Em apenas seis meses – desde setembro de 2021 – a data-base dos metalúrgicos já acumula 5,73% de inflação acumulada. Os dados são do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
O índice registrado é o maior desde 2016 e o segundo maior desde 2003. No passado, considerando o mesmo período, a data-base dos metalúrgicos estavam 5,37%.
O cálculo leva em consideração o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do período – de setembro do ano passado a fevereiro de 2022. Em 2021, a data-base dos metalúrgicos fechou em 10,42%.