PUBLICADO EM 30 de set de 2021
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Aula Inaugural Brigadas Digitais da CUT: A ação individual fará a diferença

“Nas redes sociais há democratização do poder de fala, mas não temos a democratização do poder de escuta. Não é todo mundo visto e ouvido e é preciso pensar que estratégias para ser visíveis e ouvidos são essenciais para nós. E a ação individual faz a diferença, cada um de nós pode fazer diferença, nas ruas e nas redes”.

A afirmação foi feita pela pesquisadora em Comunicação Digital na Universidade Federal da Bahia (UFBA), Dra. Nina Santos na “Aula Inaugural Conjuntura, comunicação e Disputa de Hegemonia” do projeto Formação em Comunicação – Brigadas Digitais da CUT, que aconteceu nesta terça-feira (28), de forma virtual.

Com a missão de compreender o papel estratégico da comunicação na disputa pela hegemonia, a lógica de funcionamento das redes sociais e como elas são utilizadas para e na disputa de hegemonia, a aula inaugural teve a participação de mais 450 dirigentes, militantes e trabalhadores sindicais e foi dado o pontapé inicial do que promete ser uma das iniciativas mais ambiciosas da maior central sindical do país e da América Latina.

A aula inaugural também teve outra convidada especial. Brunna Rosa, cientista social e tecnóloga criativa, que trabalha há 10 anos no ambiente digital e faz parte da equipe de estratégia Digital do ex-presidente Lula, e foi coordenada por dois educadores da Rede de Formadores da CUT, Thalita Coelho e Paulo Henrique.

O presidente Nacional da CUT, Sérgio Nobre, contou que uma vez que a extrema direita utiliza as redes sociais para atacar os direitos da classe trabalhadora, interferir no processo eleitoral e disseminar notícias falsas, a Central sentiu necessidade de repensar a comunicação, os meios de produção e a disseminação de informações voltadas para a classe trabalhadora.

“É prioridade e fundamental que a Central dialogue com milhões de pessoas, que amplie a voz da classe trabalhadora nas redes sociais e assim impacte nas decisões no Congresso Nacional e dos patrões”, disse o dirigente.

“Nos prepararmos para a batalha nas redes sociais vai ajudar a construir um país mais justo para todos”, acredita o presidente da CUT Brasil, Sérgio Nobre, que juntamente com vários outros dirigentes CUTistas participou da aula inaugural.

Desafios digitais
A sala lotada e o grande número de perguntas e participações animaram e emocionaram ainda mais os secretários de Comunicação, Roni Barbosa, e de Formação da CUT, Rosane Bertotti.

Roni disse que este 28 de setembro será histórico na memória da classe trabalhadora porque é um projeto fundamental para as trabalhadoras e os trabalhadores conseguir organizar e fazer um bom combate nas redes sociais e derrotar a direita, mas também todas as ações do movimento sindical, conversas, assembleia e ser um influenciador no local de trabalho e digital.

“O Mutirão é responsabilidade de todos nós porque nós todos podemos ser influenciadores digitais e mudar nossas realidades locais. É uma mudança de comportamento e vamos conseguir. A CUT vai construir história nas redes sociais a partir de agora”, destacou o dirigente.

Rosane Bertotti começou sua fala bastante emocionada e disse que a construção das Brigadas é grande desafio e necessidade da CUT e citou Paulo Freire lembrando que esse é um projeto com os trabalhadores e para os trabalhadores.

“Acreditamos na capacidade e ousadia da classe trabalhadora, dos dirigentes da CUT nas ruas e nas redes para reverter tudo que esse governo genocida está fazendo com nosso país e nosso povo. A luta digital também será fundamental para eleger um governo que priorize a pauta da classe trabalhadora”, concluiu a dirigente.

Militantes digitais
Além de explicar o funcionamento e dar dados sobre a internet, destacando o crescente número de pessoas se relacionando em rede digital e se apropriando dos smartphones, Brunna Rosa, disse que é preciso entender onde estamos e para onde vamos. Segundo ela, a vida do campo progressista não será fácil no próximo período, como nunca foi, principalmente nos últimos anos.

Para Brunna, as Brigadas Digitais serão importantíssimas para que a comunicação chegue na ponta, mas é preciso ouvir, tentar entender e compreender o que as pessoas estão esperando da gente, fornecer elementos para trazer mais gente para a luta, tanto no movimento sindical quanto na disputa política cotidiana.

“Nós que queremos tirar o Brasil da miséria e ter um país menos desigual precisamos refletir e agir no sentido de como podemos transformar estes lugar através das mídias digitais. Precisamos urgentemente estruturar nossas bolhas, criar laços territoriais e temáticos, formar nossa redes, gerar mais ferramenta de relacionamento e fazer menos santinhos”, afirmou.

A pesquisadora da UFBA ressaltou que estar em rede é agir em rede, “ensina e aponta os caminhos para isso, como qualidade da informação postada; pluralidade de fontes e pontos de vista; combate aos crimes de ódio; cobrar responsabilidade das plataformas; liberdade de expressão; e usar o meio digital como elemento de transformação social”.

O Projeto
O Mutirão de Formação em Comunicação – Brigadas Digitai da CUT é um amplo e massivo processo de formação, mobilização, organização e comunicação popular digital, em consonância com as diretrizes políticas e organizativas da CUT.

O objetivo do Projeto Brigadas Digitais da CUT é estruturar e fortalecer a Rede de Comunicação da CUT para que milhares de dirigentes, militantes e trabalhadores do movimento sindical CUTista atuem de forma articulada e permanente nos diversos territórios nas redes sociais.

Fonte: CUT

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