PUBLICADO EM 18 de ago de 2020
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Nas redes, bolsonaristas atacam franciscanos que apoiaram famílias despejadas em MG

Eduardo Bolsonaro compartilhou postagem que classifica os religiosos como um “câncer”

O desfecho do despejo se deu após três dias de resistência dos acampados, que ocupavam o local há 22 anos – Foto: MST

Depois de se solidarizarem com o despejo violento realizado no Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG), na sexta-feira (14), um grupo de franciscanos foi ameaçado por bolsonaristas nas redes sociais.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (sem partido), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) compartilhou publicação do palestrante bolsonarista Bernardo Kuster que classifica os religiosos como um “câncer”.

“A teologia da libertação e seus adeptos são um verdadeiro câncer maldito que quer usar a Santa Igreja Católica. Com câncer não se negocia, extirpar-se. Cada um de nós deve ser um combatente deste mal que busca distorcer toda a fé cristã e colocar a esquerda no poder a qualquer custo. Nada mais que isto”, postou Kuster em sua conta no Instagram.

Nas redes sociais, os franciscanos pediram ajuda para denunciar a publicação. “Não vamos nos calar diante de tanta injustiça”, afirmam.

“Bernardo Kuster se diz cristão católico, o que na verdade nunca foi. Fala coisas absurdas contra a Teologia da Libertação, criou fake news contra a Campanha da Fraternidade, contra as pastorais sociais e contra o papa Francisco. Agora junto com o filho do Bolsonaro faz ameaças aos nossos irmãos franciscanos”, afirmam.

O filho do presidente, Eduardo Bolsonaro, compartilhou a publicação em suas redes sociais / Reprodução Instagram

Despejo em Minas Gerais

A reintegração de posse de algumas áreas do Acampamento Quilombo Campo Grande, em Campo do Meio (MG), foi executada na sexta-feira (14), após ação violenta da Polícia Militar do estado contra as famílias que resistiram ao despejo por quase 60 horas.

No início da tarde, os acampados foram alvejados por bombas de gás lacrimogêneo e dispersados do local. Segundo o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), as casas e plantações foram destruídas poucas horas depois.

A Escola Popular Eduardo Galeano, onde crianças, jovens e adultos eram alfabetizados, foi destruída por um trator no dia anterior.

O desfecho do despejo se deu após três dias de resistência dos acampados, que ocupavam o local há 22 anos. Cerca de 450 famílias vivem na área da usina falida Ariadnópolis, da Companhia Agropecuária Irmãos Azevedo (Capia), que encerrou as atividades em 1996.

Fonte: Brasil de Fato | São Paulo (SP) 

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