Pelo Twitter a Força Sindical afirmou que, embora tenha decidido suspender as manifestações, não vai deixar de “lutar bravamente pela defesa do serviço público, do emprego, dos direitos sociais e da democracia” e que continuará “denunciando as mazelas promovidas pelo governo Bolsonaro, que tem dilapidado a economia do país, como ficou demonstrado no vergonhoso PIB de 1,1%”.
https://twitter.com/CentralSindical/status/1238226743489703936?s=20
A CTB, decidiu nesta sexta, 13, pela “Suspensão das manifestações convocadas para os grandes centros das principais capitais do país” e pelo “Apoio às paralisações em defesa dos Serviços Públicos, Educação, Emprego, Direitos, Saneamento e Democracia”, somando-se, desta forma, às centrais que defendem o cancelamento das manifestações de rua.
Para a UGT, que é favorável ao cancelamento, conforme disse Ricardo Patah, presidente da entidade, para a Folha de São Paulo, a preocupação é que “os trabalhadores e trabalhadoras são os mais vulneráveis por não terem assistência médica, diferente da classe média, que está coberta”.
A CUT, por outro lado, em nota divulgada nesta quinta-feira, 12, afirmou que “mantém todas as atividades, manifestações e paralisações propostas para defender os direitos da classe trabalhadora, os serviços e as políticas públicas marcadas para a próxima quarta-feira, dia 18 de março”.
No movimento estudantil, o presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Iago Montalvão, disse pelo Twitter que a entidade não pode “ficar a reboque das mobilizações do dia 15 que Bolsonaro provavelmente vai desmobilizar. Temos que mostrar responsabilidade com a saúde do nosso povo”.
Estamos em discussão interna. Mas eu, particularmente, acredito que não podemos ficar a reboque das mobilizações do dia 15 que Bolsonaro provavelmente vai desmobilizar. Temos que mostrar responsabilidade com a saúde do nosso povo.
— Iago Montalvão (@iago_montalvao) March 12, 2020
Os protestos do dia 18 visam reivindicar a suspensão das discussões de medidas que prejudicam o emprego e atacam a democracia, os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras no Congresso Nacional, como por exemplo, a MP 905/2019, a Carteira Verde e Amarela, e denunciar o desmonte dos serviços públicos de saúde, educação, a privatização das estatais.
143 casos confirmados
O Brasil registrou ao menos 143 casos confirmados de Covid-19, segundo informações do G1 de 13/3/2020, às 7h, número atualizado a partir de balanços divulgados pelas secretarias estaduais de Saúde e pelo Hospital Albert Einstein.
O secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, afirmou ao jornal Valor que ainda não há consenso entre as centrais sobre a manutenção dos protestos na rua no dia 18. Porém, os sindicalistas pretendem fazer atos nos locais de trabalho. “Não temos o direito de colocar em risco o trabalhador”, disse.
Já o presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, afirmou que as centrais sindicais estão preocupadas com os impactos econômicos e sociais da pandemia e que “Medidas individuais e coletivas têm que ser tomadas, mas essas medidas precisam ser discutidas com a classe trabalhadora e com as centrais sindicais.”
Na reunião do dia 12 as centrais CUT, Força Sindical, CTB, NCST, UGT, CGTB, CSB, CSP – Conlutas e Intersindical emitiram uma nota unitária na qual destacaram a necessidade de ações coletivas de prevenção à propagação do vírus. A nota, entretanto, não fala sobre o cancelamento das manifestações.