O primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, anunciou hoje (17) que vai investir € 1,24 bilhão para a indústria do turismo como parte de um plano de recuperação do setor, diante dos incêndios que assolam o país há quatro meses.
Morrison explicou que pretende dar “um grande impulso” à indústria turística, mas disse que o plano será detalhado na próxima semana.
Um relatório do Conselho australiano de Exportações e Turismo divulgado nesta sexta-feira informa que o número de turistas que reservaram hospedagem na Austrália caiu entre 10% e 20% desde o início dos incêndios, em setembro, o que representa perdas para o setor da ordem dos € 2,7 bilhões de euros.
“Os visitantes internacionais estão cancelando [suas reservas] devido a preocupações com a qualidade do ar, segurança e impacto dos incêndios”, explicou o diretor-geral do conselho, Peter Shelley.
Os incêndios na Austrália já provocaram a morte de 28 pessoas e de milhões de animais e destruíram uma área maior do que Portugal.
As movimentadas cidades turísticas de Sydney e Melbourne estão, há semanas, envolvidas por uma névoa de fumaça tóxica.
“O Governo e a indústria do turismo têm de passar urgentemente a mensagem de que muitos destinos turísticos imperdíveis não foram afetados pelos incêndios”, defendeu Peter Shelley.
Segundo o organismo dedicado ao turismo, os visitantes que mais têm cancelado suas reservas são dos Estados Unidos e da Europa, com especial destaque para o Reino Unido.
Os turistas destas duas grandes regiões do mundo são habitualmente responsáveis por metade das reservas anuais na Austrália no período de dezembro a fevereiro.
“Não há dúvida de que a nossa indústria será afetada”, admitiu Peter Shelley, ao defender que, “quanto mais cedo se enviar uma mensagem forte e positiva [sobre as possibilidades turísticas da Austrália], melhor”.
O governo conservador australiano tem sido alvo de fortes críticas por sua política e gestão dos incêndios, especificamente por não acreditar nas alterações climáticas, fator que os cientistas já disseram ser a razão principal para a crise que a Austrália vive.
Fonte: Agência Brasil