PUBLICADO EM 17 de nov de 2017
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Maioria dos brasileiros apoia direitos humanos e rejeita “estado mínimo”, diz pesquisa

As posições dos brasileiros tendem a não ser reacionárias. Essa foi a principal conclusão de uma pesquisa sobre temas comportamentais e econômicos, realizada pelo instituto Ideia Big Data, que ouviu três mil pessoas em todo o país entre 1º e 10/11/2017.

Um dos resultados surpreendentes da pesquisa é o apoio da população à atuação do Estado para implementar igualdade de oportunidades e crescimento econômico, ao contrário da ideia neoliberal do “estado mínimo”. Nesta linha a bandeira da redução dos impostos, muito defendida por políticos de direita e entidades empresariais, não é vista como prioridade.

Os entrevistados foram provocados a dizer se preferiam impostos mais baixos ou melhores serviços públicos, como saúde e educação. De cada 10 brasileiros, 8 optam por melhores serviços públicos. Três entre quatro pesquisados concordaram com a frase “Reduzir imposto é importante, mas não urgente”. Apenas 15,5% discordaram. Outros 8,3% nem concordaram nem discordaram.

Além disso, a maioria dos brasileiros apoiam as cotas raciais em universidades públicas e a aplicação dos direitos humanos sem distinção, inclusive a criminosos e rejeitam ideia de punição criminal às mulheres que fazem aborto.

Para 65,5% dos pesquisados pessoas do mesmo sexo têm direito de se casar, enquanto apenas 29,7% acham que o casamento homoafetivo não deveria ser permitido. 62,4% reconheceram que casais homossexuais devem ter o direito de adotar uma criança, 34,6% acham que não.

O único tema associado ao conservadorismo que recebeu mais adesões foi o da segurança pública. Segundo o jornal Valor Econômico, por pequena diferença, a ideia segundo a qual o país precisa de mais presídios tem mais concordância do que oposição. A defesa da pena de morte empata com a rejeição à adoção dessa medida radical. E, embora a maioria dos entrevistados manifeste preferência por um modelo de penas alternativas em detrimento do aprisionamento como única maneira de punição, 44,8% dos concordaram com a frase “bandido bom é bandido morto”(31,4% discordaram).

O levantamento foi encomendado pelo chamado Movimento Agora!, grupo criado há um ano para, segundo a própria definição, “impactar a agenda pública e a ação política” no país.

Composto por aproximadamente 90 pessoas, o Agora! reúne pesquisadores, empresários, ativistas, economistas, ongueiros, profissionais liberais e até um indígena entre os seus cofundadores e membros. Cotado como possível candidato à Presidência da República em 2018, o apresentador de TV Luciano Huck (sem partido) é apresentado na mesma lista como “membro” do Agora!.

Fonte: Valor Econômico

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