Por André Cintra e Carolina Maria Ruy
André: O Golpe de 1964 não foi apenas político-ideológico. Ele teve também uma lógica de desestabilização do governo no nível econômico. Como isto ocorreu? De que maneira foram para cima do João Goulart sob esse viés econômico?
Belluzzo: Vamos fazer uma tentativa de análise histórica e econômica do período Jânio/Jango. Quando o Jânio foi eleito, sucedendo o Juscelino, estávamos nos estertores dos efeitos do Plano de Metas. O Juscelino prometeu crescer 50 anos em cinco – e ele cumpriu. A economia teve um desempenho em termos de taxa de crescimento, de diversificação do setor industrial, de avanço da industrialização, com a incorporação de quase todos os setores que já havia nas economias desenvolvidas. Tínhamos uma estrutura industrial parecida com a da França e da Espanha. O Brasil avançou muito. O Juscelino fez um progresso na infraestrutura, na indústria e nos serviços, começou a diversificar a economia e a produzir na sociedade essa variedade de funções. Estamos falando de 1956 a 1960.
Nesse período, houve a reconstrução europeia, promovida por um conjunto de coisas: a União Europeia de Pagamentos, o Plano Marshall, a integração comercial razoável da Europa. As economias começaram a florescer nessa articulação – os Estados Unidos, o Japão, a Coreia e a Europa.
A gente não pode esquecer que as empresas europeias – por exemplo, as alemãs, a Volkswagen – vieram para o Brasil. A Volkswagen em 1956, onze anos depois da Guerra. Dou sempre esse exemplo para as pessoas se darem conta da rapidez.
O projeto do Juscelino se encaixou nessa expansão da economia mundial, da economia europeia. O Brasil foi o principal receptor de investimentos estrangeiros. A Argentina foi ultrapassada pelo Brasil de uma maneira espetacular.
André: O problema que o Jango pega é local?
Belluzzo: Ele é local, porque ainda estávamos no período dos “30 anos gloriosos” da economia mundial, sobretudo a economia europeia. Já começavam a aparecer os primeiros problemas, os primeiros sintomas do desgaste da arquitetura de Bretton Woods, mas nada que pudesse colocar em risco o crescimento. O déficit americano, provocado pela exportação, ficou muito grande. E a economia brasileira teve uma queda no crescimento, não uma recessão. A taxa média de crescimento entre 1961 a 1964 foi mais ou menos de 3,2% – uma taxa mais baixa do que a anterior. Mas houve toda a questão relacionada à sucessão – a Revolução Cubana, em 1959, e a criação dessa escalada americana, que começou na América Latina para impedir o avanço dos projetos socialistas no Brasil.
Crise geopolítica
André: É o contexto da Guerra Fria?
Belluzzo: Sim. Isso foi crucial para explicar esse momento. Você não pode fazer uma tentativa de explicar só pela economia, mas não foi isso. Foi uma crise geopolítica. Claramente uma tentativa de impedir que a Revolução Cubana avançasse. O Che Guevara veio para a Bolívia, e o Fidel Castro só conseguiu trazer confusão para cá. A gente tem que falar, certo? Isso cortou o avanço das forças sociais aqui. O golpe foi terrível. Agora, falando da economia, houve um ajustamento de 1964. A inflação projetada em 1964 estava em 114% ao ano e ela terminou o ano muito mais baixa. Como foi feito o ajustamento? É preciso entender a diferença, por exemplo, entre aquele momento e agora. O ministro do Planejamento era o Roberto Campos, e ele se recusou a fazer o “tratamento de choque” proposto pela missão do FMI que esteve aqui. Isso está no segundo Plano Paeg (Programa de Ação Econômica do Governo). O Campos disse: “Não vou fazer por duas razões. Primeiro, porque vou gerar um desemprego muito grande. Segundo, porque vou perder o controle sobre o investimento público”. Isso em 1965.
A inflação em 1967, 1968, estava em 25% ao ano. Havia uma lei trabalhista muito rígida, de controle de salário de base, do salário mínimo. Mas rapidamente o governo atrelou a economia brasileira ao momento ainda favorável da economia mundial. Eles fizeram a reforma fiscal de 1965 e a reforma financeira, que só funcionou pela metade. Copiaram um pouco a estrutura financeira americana de antes da desregulamentação que era dividida em: bancos comerciais (com as funções de receber depósito à vista e financiar operações de curto prazo); as financeiras (que foram importantes na recuperação); bancos de investimentos; as seguradoras; as corretoras.
O Brasil mudou a composição de sua pauta, até porque a economia internacional permitia. Cresceu muito a exportação de manufaturados vis-à-vis à exportação de commodities. Os militares que estavam lá naquela época não abandonaram o projeto de industrialização – eles, na verdade, acentuaram. Eles criaram o sistema financeiro e o Banco Central. Ao longo desse período e até 1973 – quando houve o choque da dívida externa –, o Brasil passou a ter uma participação grande de manufaturados, de mais de 50%, contando os mais processados e os menos processados. Criou-se todo um sistema de incentivos. Mais que isso, usaram intensamente os bancos públicos para promover o desenvolvimento. A participação do investimento público no investimento total era em torno de 10%. Não havia nada de liberalismo. Foi criado também o FGTS, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço. E mais: a taxa de crescimento do emprego foi assustadora, por causa do dinamismo da economia, da indústria.
Eles usaram a política salarial para combater a inflação
Carol: E a política do salário? Teve o arrocho salarial…
Belluzzo: Sim, tinha o arrocho salarial. Mas o problema é que a economia devastou o arrocho salarial. O Lula falou uma vez que: “Eu recebia oferta de todos os lados. Eu estava na Scania e me convidavam para ir para a Ford”. A grande demanda de trabalho começou a puxar os salários para cima. Não puxou o salário de base com tanta força, mas diferenciou para cima. Começou-se a criar uma classe média com um poder de compra porque, com o crescimento, se introduziu uma diversidade nas funções dentro das empresas. Criou-se uma burocracia.
André: Mas havia uma concentração maior de renda num certo estrato.
Belluzzo: Claro, isso houve. Houve um aumento da desigualdade.
Carol: Aumentou o desemprego…
Belluzzo: Sim, aumentou o desemprego e o emprego precário. Estávamos na plena etapa do fordismo. Havia massas de trabalhadores reunidas numa empresa com determinado padrão tecnológico. À medida que a economia crescia, isso ia embora. O emprego ia embora. Esse é o fenômeno no milagre econômico brasileiro.
Carol: O arrocho foi uma necessidade?
Belluzzo: Não, não estou dizendo que foi uma necessidade. Acho que o arrocho foi a forma como eles conseguiram, no início do processo, combater a inflação. Eles usaram a política salarial para combater a inflação, sobretudo. Depois a economia disparou – e ela disparou por várias razões: o uso de financiamento externo, a expansão das exportações ligada à expansão da economia mundial. Você está dizendo: os salários poderiam ter crescido mais? Poderiam. Mas cresceram bastante.
André: Mas o aumento dos salários daria algum desequilíbrio?
Belluzzo: As taxas de crescimento chegaram a 14% em 1970. Havia um debate muito grande sobre a distribuição de renda. Nós fizemos até um volume do qual participaram vários economistas que hoje estão na direita, como o Bacha. Chama-se “A Distribuição de Renda no Brasil”.
Houve, então, o “Brasil, ame-o ou deixe-o”. Muitos amigos meus partiram para a luta armada. Eu ajudei a muitos deles, com risco pessoal – e eu cá com minhas convicções e temores, pensei: “Isso aí não vai dar certo”. A luta armada não tinha o menor apoio da população – ela se deu exatamente num momento em que a economia brasileira estava no ápice. É o negócio do voluntarismo. A maioria da população não queria nem saber de AI-5 – estava tudo bem. A economia é decisiva, certo? Era a Copa do Mundo, o Fittipaldi.
André: O governo era popular?
Belluzzo: Era. O governo era popular, tinha apoio popular.
André: E isso dificultava um conflito político assim?
Belluzzo: Sim. Tanto que houve em 1970 a derrota (da oposição) nas eleições. Foi um vexame – e houve uma proposta de dissolução do MDB aqui na Câmara Municipal, da qual participaram Ulysses Guimarães, (Alberto) Goldman e (Antônio) Resk. O Goldman e o Resk eram PCB. Então, houve a proposta de dissolução do MDB. A eleição de 1970 foi uma devastação. Havia uma euforia na população. Estava todo mundo se dando bem. Era inequívoco que, naquele momento, o governo tinha apoio, pelo sucesso econômico.
Carol: Como, então, aconteceram as greves dos metalúrgicos de Contagem e de Osasco?
Belluzzo: Isso é normal e foi uma coisa muito localizada.
Carol: Então não foi uma coisa, assim, voluntarista?
Belluzzo: Não, não. Acho que foi um fato normal em uma sociedade capitalista que está crescendo. O fato de estar crescendo não quer dizer que todo mundo esteja satisfeito. Tem gente que quer melhorar.
André: E tinha a repressão aos sindicatos…
Belluzzo: É, tinha a repressão, tinha a tortura.
André: Em 1968, a defasagem salarial estava em 30%, 25%.
Belluzzo: Isso aí é o Dieese, cálculo do Dieese.
André: Sim. Em Contagem, eles conseguem, na primeira greve, um reajuste. E em 1º de maio o Costa e Silva anunciou para todos os trabalhadores esse reajuste. Não era mais fácil tentar ganhar o trabalhador? Ou o emprego bastava?
Belluzzo: O emprego foi demais. Não acho que bastava. O fato de estar ampliando o emprego e fazendo o salário crescer vegetativamente não quer dizer que os trabalhadores estejam satisfeitos. No início do processo, seguraram embaixo os salários de base. Havia ali uma formulação econômica chamada Curva de Phillips, segundo a qual havia uma relação entre desemprego e inflação. Naquela época, a Curva de Phillips estava no auge. Hoje em dia, ela foi transformada em Nairu (Non-Accelerating Inflation Rate of Unemployment – ou Taxa de Desemprego Não-Inflacionária). Veja o período de 1967 a 1973: o crescimento do emprego foi brutal.
A crise do petróleo
André: A bonança, o “milagre” mesmo, durou até quando?
Belluzzo: Até a crise da dívida, a crise do petróleo. A crise do petróleo teve uma importância enorme porque a economia desacelerou fortemente – 1973 e 1974 foram dois anos de crise no Brasil. No resto do mundo, foi em 1974 e 1975, porque o reajuste nos preços do petróleo foi em novembro de 1973. Foi um choque. O Brasil apostou no segundo PND (Plano Nacional de Desenvolvimento). Apesar disso, já começaram a surgir problemas para o regime militar.
André: O endividamento também acelerou aí, não?
Belluzzo: É. Em 1973, se minha memória não falha, nós tínhamos uma dívida de 12 bilhões de dólares com reserva de 6 bilhões – uma coisa mais ou menos equilibrada. O que acontece é que houve uma desaceleração da economia e descontentamentos começaram a emergir com mais força. Se você olhar bem, ali há os primeiros movimentos meio claros de insatisfação no ABC. Quando é que são as greves no ABC?
Carol: Começaram em 1978. Houve também a questão da manipulação dos índices de inflação em 1977.
Belluzzo: É, o Delfim dizia que era 13%, o Dieese dizia que era 18%. Não era uma diferença muito grande. Deu o salto na inflação por causa do choque do petróleo – que teve um efeito grande, mais na balança de pagamentos do que na inflação, porque deu um déficit cavalar. O Brasil não tinha praticamente produção doméstica. Daí houve todo o programa do Proálcool, uma tentativa de substituir o petróleo pelo álcool. Houve o discurso do Geisel sobre a concessão para estrangeiros na exploração do petróleo.
Nesse episódio, precisa ser entendido o seguinte: o choque do petróleo provocou um desequilíbrio financeiro brutal. Os países muito dependentes da importação ficaram com déficits no balanço de pagamento; e os países produtores de petróleo ficaram com uma grana preta, um superávit enorme.
Embrião do sistema financeiro internacional
Lembre-se: nos anos 60, houve o surgimento do Euromercado, que era como os bancos americanos fugiam. Havia o tabelamento da taxa de juros nos Estados Unidos. Em Londres se começou a construir o embrião desse sistema financeiro internacional que há hoje. Os bancos americanos começaram a fazer as operações em Londres – até os russos depositaram dinheiro lá. Já nos anos 60, depois do golpe, conseguimos usar as Leis 63 e a 4131. A 63 permitia aos bancos brasileiros tomar dinheiro lá. E isso contaminou os bancos. Os bancos brasileiros de investimentos não criavam financiamento no longo prazo em moeda local – eles começaram a tomar fora, porque os prazos eram maiores. Havia o risco cambial mas, nesse período – eu estou voltando para os anos 60 –, o crescimento das reservas se deu simultaneamente ao crescimento da dívida. Eram 12 bilhões de dívida com 6 bilhões de reservas. Depois da crise da dívida externa começou haver um desequilíbrio. E como financiamos isso? Entramos num festival de endividamento externo. O “seu” Simonsen fez o seguinte…
André: “A única saída para manter o crescimento é endividar…”
Belluzzo: Isso, exatamente. E o que ele fez? Ele segurou a tarifa das estatais – e isso vai bater depois na privatização – e submeteu-as, todas, a um endividamento absurdo. Itaipu foi construída com financiamento externo. Quem tomou esses recursos? A Eletrobrás. Mas havia um descasamento de moedas: quando Itaipu começou a funcionar, as tarifas eram cobradas em cruzeiros, e você devia em dólares. Com a Rodovia dos Bandeirantes, a Dersa tinha 1 bilhão de dívida em dólar. Parece que é pouco hoje, mas não era naquela época. Fizeram a Rodovia dos Bandeirantes com financiamento externo, que era barato. A taxa de juros, de 6% ao ano, era reajustável, mas também era muito baixa. Como havia uma pretória de dólares para serem reciclados, os bancos ganhavam no volume, não na taxa. Eles entupiram os países incautos – e, aliás, não foram poucos, foi a maioria.
Os homens fazem porque eles não sabem ou não sabem, mas fazem
Carol: Você falou que o governo militar teve popularidade e que produziu crescimento. Depois do Golpe de 1964, o governo teve que se estabelecer. Mas por que continuou a pressão e a censura, se o movimento contra o governo, se a oposição era pequena, digamos assim?
Belluzzo: Para continuar pequena.
Carol: Isso não foi um desgaste para o governo, no fim?
Belluzzo: Isso tem uma lógica própria que não tem nada a ver com o que está acontecendo na sociedade. Não é que eles tivessem medo da perda de apoio. A luta armada recrudesceu, e aí eles apertaram.
Carol: Era mais uma questão ideológica mesmo?
Belluzzo: Sim, era uma questão ideológica e de procedimento. Nossos militares, cá entre nós, têm uma péssima formação. Não sei por que a gente não cuida disso. Estou falando em formação intelectual.
André: De uma tradição muito tacanha…
Belluzzo: Muito tacanha. Eu já dei aula na Escola Superior de Guerra. Ali estão os melhores – imagine o resto. Não é por acaso que existe o Bolsonaro. O Castello Branco era um cara muito mais civilizado, queria fazer eleições. Porque não era um golpe militar – era um golpe das oligarquias tradicionais brasileiras. Quem foi falar com ele para não fazer a eleição? O “seu” Roberto Marinho. Depois de 1964, havia tendências diferentes nas Forças Armadas. O Golbery, por exemplo, era um cara muito articulado, muito esperto, mas tinha medo desse avanço do obscurantismo militar, que ele conhecia bem. A luta armada deu força aos setores mais radicais do Exército. O atentado aqui no 4º Quartel, que matou o Mário Kozel, que era um sentinela, por exemplo, foi usado de maneira abusiva para justificar o endurecimento. Quando começou Operação Bandeirantes?
André: Meados de 1969.
Belluzzo: Isso, exatamente. Aí começou a apertar até a morte do Herzog, que foi em 1975. Na morte do Kozel a coisa foi apertando.
André: A Oban teve uma “sobrecarga” de trabalho durante dois, três anos. Depois disso, a guerrilha urbana, pelo menos, foi razoavelmente extirpada.
Belluzzo: Foi, mas aí há a inércia – e continuaram avançando em outras direções. Lembra do ataque à casa do Partido Comunista, na Lapa? Era uma reunião de comunistas que não tinham nada a ver com a luta armada. Eu tive que sair do Brasil. Por quê? Porque eu fazia um movimento na Unicamp. Prenderam meus alunos. Esse troço escalou.
Carol: E por que eles fizeram tanta pressão?
Belluzzo: Os homens fazem porque eles não sabem. Ou, como dizia o Marx, não sabem, mas fazem (risos). É um impulso que você ganha nas relações sociais que você vai fazendo. Por que ocorre esse negócio aí na rua hoje? Eles acham que estão combatendo a corrupção. Não estão. Eles têm ódio dos de baixo. É isso. Não tem nada a ver com corrupção. Gente mais corrupta do que esta que está aí?
Carol: Por que chegamos a essa situação de hoje, em que muitos estão contra o governo Lula, que foi bom também para os empresários?
Belluzzo: Vou dar a minha opinião. Há uma coisa poderosa, que é a não aceitação do avanço social dos de baixo. Tem essa tradição de desprezo que está entranhada. Pegue qualquer família com que você conversa. Eles falam dos mais pobres com desprezo. Isso está entranhado e aflorou. Não interessa que eles também ganharam muito dinheiro. O problema é que eles não querem os caras se metendo na vida da sociedade. Imagine você ter que pagar direitos sociais para sua doméstica! Quanta gente não fala nisso?! Isso aqui é uma sociedade de um grau de preconceito que está entranhado. Nas nossas famílias, você nota isso. Você vai conversar, e o cara deixa escapar.
Eles não admitem. Imaginem um presidente da República metalúrgico – que horror! Por isso é que eles falam dos nove dedos. É um preconceito infernal. É muito atraso. A gente se engana. A modernização econômica que ocorreu, a industrialização, não conseguiu exterminar ou extirpar esse tipo de preconceito. O fato de você ter, por exemplo, empregada doméstica te dá uma sensação de diferença com a qual você não sabe como lidar. Você acha que está lidando, mas não está. Tem uma menina que está fazendo agora na faculdade uma tese sobre os ricos e “adjacências”. Quantos servidores dos ricos existem? O passeador de cachorro, o cara da ginástica, o motorista, a babá… que é, na verdade, o mundo dos ricos – dos ricos e dos remediados de alta classe média. Essas relações de dominação, de subordinação, são muito profundas aqui. A gente não se deu conta disso.
Entrevista realizada pelos jornalistas André Cintra e Carolina Ruy em 5 de abril de 2018, para a a revista do Centro de Memória Sindical “1968 e os trabalhadores”.
rita de cassia vianna gava
Um estudo importante